Maquiavelismo e sua Relação com Atividades Contraproducentes nos Estudantes de Ciências Contábeis

Abstract

Objetivo: o objetivo desta pesquisa é mensurar e classificar traços de personalidade maquiavelista com o propósito de associá-los a comportamento contraproducente em futuros profissionais de contabilidade.
 Método: aplicação de 137 questionários em 2017, à alunos de 4 instituições de Ensino Superior de Minas Gerais (duas públicas e duas privadas) . Para análise conteúdo, os dados foram utilizados numa analise descritiva e quantitativa, e utilização de testes estatísticos para o estabelecimento de relações entre as respostas obtidas.
 Resultados: os resultados apontam para a preponderância de um perfil maquiavelista moderado, entre os futuros profissionais de contabilidade, porém não há evidências empíricas nesta amostra que possam levar a conclusão de que o maquiavelismo esteja relacionado ao comportamento contraproducente. A maioria dos entrevistados se autodeclaram com perfil baixo de contraproducência organizacional e interpessoal e há uma forte associação entre essas duas variáveis. Os resultados ainda permitem inferir que o traço de maquiavelismo parece ser em média mais evidente nos homens do que entre as mulheres.
 Contribuições: entender que o perfil maquiavelista moderado não apresenta necessariamente comportamento contraproducente contribui com a área de recursos humanos em seus processos seletivos e avaliações periódicas.

Características Sociodemográficas e suas diferenças no Maquiavelismo e na Justiça percebida em estudantes do stricto sensu na área de Negócios

“…O estudo apontou preponderância das características que remetem ao Maquiavelismo e maior inclinação dos estudantes para o individualismo (D'Souza & Lima, 2019). Alves et al (2019) buscaram relacionar o Maquiavelismo com atividades contraproducentes dos estudantes de Ciências Contábeis. Os principais achados da pesquisa direcionam para a identificação de que não há evidências empíricas para defender a afirmação de que o Maquiavelismo esteja relacionado ao comportamento contraproducente.…”

“…A Tabela 4 evidencia descritivamente uma maior disposição dos estudantes a apresentarem uma discordância ao traço de personalidade do Maquiavelismo ao comparar com a justiça acadêmica percebida durante a pós-graduação. Essa observância do traço de personalidade do Maquiavelismo em um nível moderado em estudantes da área de Negócios se alinha com estudos anteriores, que, ao buscarem captar o traço em estudantes, concluíram que os alunos tendem a possuir características maquiavélicas de forma moderada (Jones & Paulhus, 2014;D'Souza et al, 2018;Mendonça, Silva, & Silva Filho, 2018;Alves et al, 2019).…”

“…Em meio às frequências de maior discordância do constructo está a assertiva "Q4 -Eu estou disposto a não ser ético se isso me ajudar a ter sucesso". O distanciamento dos alunos sobre as assertivas da dimensão de amoralidade corrobora com estudos anteriores (Alves et al, 2019;Raifur-Kos & Raifur-Kos, 2021), evidenciando que os pós-graduandos reconhecem também outros benefícios vindos das relações interpessoais, não valorizando exclusivamente o recebimento de informações benéficas.…”

Olhar sobre a Pós-Graduação: Ansiedade e Autoeficácia nos Cursos Stricto Sensu de Ciências Contábeis

“…Portanto, o ambiente acadêmico e, com ênfase, o da pós-graduação stricto sensu, é notadamente um ambiente que afeta tanto os professores (Nascimento, 2017), quanto os alunos. Por isso, Levecque et al (2017) enfatiza que é relevante pesquisar o impacto que o meio acadêmico da pós-graduação causa nos estudantes, pois, ao se constatarem problemas como o desempenho do estudante decorrentes de seu estado mental, instrumentos cognitivos podem ser utilizados para minimizar os danos advindos desses males ( Evans et al, 2018, Alves, Puppin, Nascimento & da Cunha, 2019, Antonelli, dos Santos, Vilhena, & Meurer, 2020. Dentre esses instrumentos que podem ser utilizados para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizado, destaca-se a proposição Teórica da Autoeficácia (Bandura, 1977).…”

Liderança, Bem-Estar No Trabalho E O Dark Triad: Análise Da Percepção De Colaboradores Brasileiros

“…Ainda há poucos estudos que se dedicaram a conhecer os efeitos e implicações dos traços sombrios no ambiente laboral. Em sua maioria, a ênfase recai sobre a seguinte discussão: comportamento contraproducente (Alves et al, 2019;Palmer et al, 2017;Spain, Harms, & LeBreton, 2014;O'Boyle et al, 2012;Jonason, Slomski, & Partyka, 2012). Os estudos que relacionaram os traços e o bem-estar buscaram conhecer a exaustão emocional e a satisfação no trabalho, com colaboradores alemães (Volmer, Koch, & Göritz, 2016) e a autonomia, crescimento pessoal, relacionamentos positivos com os outros, propósito na vida e autoaceitação com colaboradores poloneses (Aghababaei & Błachnio, 2015).…”