Em um cenário global com metas de descarbonização e transição energética, tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) têm ganhado cada vez mais destaque por serem uma alternativa para a redução de emissões. O presente estudo apresenta uma compilação e atualização do estado da arte e de dados disponíveis na literatura sobre CCS, bem como uma avaliação do potencial de unidades geológicas da Bacia Sedimentar do Paraná para o armazenamento de CO2. A área de estudo foi definida a partir de um raio de 100 km no entorno do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (SC), o qual possui a maior capacidade instalada de geração termelétrica do Brasil e é abastecido a carvão mineral, sendo associado à emissão de grandes volumes de CO2. Para a avaliação, foram utilizados dados compilados da literatura e resultados de análises petrofísicas e de microscopia eletrônica de varredura conduzidas em amostras de rochas. Também foram sumarizados aspectos regulatórios, ambientais e socioeconômicos que impactam diretamente em projetos de CCS. Dentre todas as unidades geológicas da bacia, foram selecionadas as Formações Irati, Ponta Grossa, Rio Bonito e Serra Geral para maior enfoque na avaliação, considerando a presença de folhelhos negros, arenitos, carvão e basalto, os quais são reconhecidos na literatura como potenciais reservatórios. Dentre as possibilidades analisadas, a Formação Rio Bonito mostrou-se a opção mais interessante e viável sob o ponto de vista geológico, com uma capacidade teórica máxima de armazenamento calculada de cerca de 48 Mton de CO2 nas camadas de carvão, o suficiente para armazenar todo o volume de CO2 gerado pelo complexo por um período aproximado de 48 anos, garantindo uma geração de energia mais limpa.