Mortalidade materna em tempos de pandemia de COVID-19: Uma revisão integrativa

Abstract

Este artigo tem como objetivo analisar publicações sobre a mortalidade materna em tempos de COVID-19 e determinar os impactos sofridos nesse recente panorama motivado por essa pandemia. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa com levantamento de material no repositório Biblioteca Virtual em Saúde, Medline, Lilacs e scielo. Filtrando o material conforme critérios pré-estabelecidos, restaram seis artigos para análise. Como resultados, foram evidenciados impactos preliminares, como a fragilidade no acesso e atendimento do grupo estudado, a falta de tratamento adequado por receio das gestantes e puérperas em procurarem assistência e aumento das mortes maternas causado, de forma direta ou indireta, pela pandemia.

Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do Paraná: repercussão da pandemia da COVID-19

“…Em ambos os períodos estudados, as mortes ocorreram, predominantemente, em ambiente hospitalar. Contudo, em 2020, a proporção de mortes em hospitais aumentou de 76% para 91%, expressando um reflexo do aumento da mortalidade materna devido à pandemia da COVID-19 e de maiores taxas de complicações nas gestações dessas pacientes 12 .…”

“…No entanto, quando se compara esses valores relativamente, é observado uma quebra no padrão da morte materna indireta: enquanto a média anual de mortes maternas diretas entre 2015 e 2019 (27,2 óbitos) resulta em um valor muito próximo do número de mortes maternas diretas em 2020 (24 óbitos), os óbitos indiretos em 2020 (34 óbitos) superam a média dos 5 anos anteriores (19,2 óbitos) em quase duas vezes. Isso fica mais evidente ao se analisar a categoria específica de morte materna indireta na qual foram alocadas as mortes por COVID-19 ("CID10-O98 -Doenças infecciosas e parasitárias maternas classificáveis em outra parte, mas que compliquem a gravidez, o parto e o puerpério"), uma vez que apenas em 2020 foram 17 mortes, contra uma média anual de 1,8 mortes por ano nos anos de 2015 a 2019, sustentando a hipótese de que a COVID-19 contribuiu para o aumento da mortalidade materna, uma vez que as gestantes infectadas por SARS-CoV-2 têm maior chance de hospitalização, admissão em unidade de terapia intensiva e ventilação mecânica 12,14 .…”

“…As mudanças no sistema imunológico durante a gravidez tornam as gestantes mais propensas a afecções como pneumonias virais, e fazem com que este grupo seja afetado por essas e outras complicações oriundas da CO-VID-19 15 . E, por englobar comorbidades pré-gestacionais como potenciais fatores desencadeadores de complicações 12,16 , as mortes maternas indiretas são um alvo bastante sensível de variações relacionadas a agentes externos, como no caso da pandemia. Assim, observando a influência da COVID-19 nos índices de mortalidade materna, percebe-se o impacto que a pandemia trouxe na população estudada.…”

A mortalidade materna no Maranhão no contexto da pandemia de COVID-19

“…Foi realizado um estudo ecológico transversal utilizando dados secundários. A RMM calculada a partir dos dados disponibilizados no SIM e SINASC no A pandemia evidenciou problemas já existentes de atenção primária à saúde, dificultando ainda mais o acesso às ações e serviços de saúde [10,11]…”

Decisão de gestantes à vacinação contra Covid-19: protocolo de revisão de escopo

“…Desde que a pandemia ocupou o centro das atenções pelo mundo, a existência de grupos de risco, especialmente vulneráveis à infecção, como os idosos e os portadores de comorbidades e gestantes, se tornou-se uma preocupação, pois são grupos que apresentam elevados índices de letalidade (Alves et al, 2022). Gestantes são sensíveis aos patógenos respiratórios e pneumonias graves, uma vez que apresentam alterações imunológicas e sofrem adaptações fisiológicas como a elevação do diafragma, aumento do consumo do oxigênio e edema da mucosa do trato respiratório (Chen et al, 2020).…”