Non-invasive care technologies: nurses' contributions to the demedicalization of health care in a high-risk maternity hospital

Abstract

Objective: to discuss the use of non-invasive care technologies by nurse-midwives in a high-risk maternity hospital. Method: a descriptive and qualitative study with ten nurse-midwives who work at the obstetric center of a high-risk maternity at a university hospital in Rio de Janeiro City. Data collection took place in June and July 2017, through a semi-structured interview. The material was submitted to content analysis. Results: The participants use non-invasive care technologies from the perspective of health work technologies and demedicalization, setting up a care process centered on sensitive work and soft technologies. Thus, they shift the focus away from interventionist procedures and develop a care based on human relationships, integrality and female protagonism. Conclusion: with these technologies, nurse-midwives perform a new way of caring in high-risk maternity hospitals, contributing to the humanization of care and rearrangement of these fields. Implications for the practice: the use of these technologies drives the change of the care model by focusing on sensitive work and soft technologies instead of rough work and procedural hegemony.

Concepções das enfermeiras sobre assistência segura à mulher na gestação e parto

“…O movimento da humanização é baseado em uma assistência acolhedora e respeitosa à parturiente, e, além disso, propôs que sejam adotadas as melhores evidências científicas, representando uma mudança paradigmática no modelo obstétrico dominante no país (Sousa et al, 2016). Essa mudança foi observada em uma pesquisa sobre as tecnologias não invasivas de cuidado na perspectiva da desmedicalização, no qual as enfermeiras desenvolvem um cuidado pautado na relação humana, na integralidade e no protagonismo feminino, contribuindo para a humanização da assistência preconizada nos programas de saúde brasileiros (Prata et al, 2019). O sistema de saúde avançou e incluiu enfermeiras obstetras para contribuírem com esta mudança na atenção obstétrica, de uma assistência intervencionista e invasiva ao corpo da mulher para um cuidado qualificado, seguro, respeitoso e efetivo, ao corroborar com os princípios da humanização e da integralidade previstos no SUS e, assim, favorecer a melhoria da qualidade assistencial (Castro, Narchi, Lopes, Macedo e Souza et al, 2017).…”

Non-invasive technologies in assisting high-risk parturient women: nurse-midwives’ perceptionss

“…Neste contexto, a atuação das enfermeiras obstétricas agrega valores humanísticos, pois entendem que o raciocínio clínico-biomédico não é a única alternativa para compreender e explicar fenômenos da vida e do processo saúde-doença e, por isso, admitem que diferentes opções e estratégias de cuidado podem e devem conviver com a autonomia e o direito de escolha da mulher (3) .…”

“…Sob esta ótica, ainda que por questões éticas e legais no exercício da profissão não esteja prevista a assistência isolada das enfermeiras obstétricas no parto de gestantes de alto risco, essas especialistas podem contribuir com um cuidado humanizado, seguro, qualificado e com alto grau de satisfação para as mulheres com a utilização das tecnologias não invasivas de cuidado, definidas como um conjunto de saberes estruturados que têm como finalidades principais: incentivar a autonomia feminina; favorecer a parturição, com o mínimo de intervenção e invasão sobre o corpo das mulheres; e promover uma vivência positiva e prazerosa do parir e nascer (3)(4)(5) .…”

“…Por isso, as tecnologias não invasivas de cuidado envolvem, predominantemente, ações que a enfermeira desenvolve de forma compartilhada com as parturientes, tais como: oferecimento de apoio emocional e orientações; acompanhamento sensível e contínuo; demonstrações de disponibilidade, acolhimento e empatia; incentivo à participação do acompanhante; valorização das subjetividades; respeito ao protagonismo da mulher; e promoção do bem-estar. Ressalta-se que algumas dessas ações podem ser mediadas por instrumentos industriais, como o rádio para música ambiente, bola suíça, cavalinho, chuveiro, banheira, banqueta e óleos essenciais (3) . Apesar dos resultados obstétricos positivos advindos desse processo de cuidar, sabe-se que as enfermeiras obstétricas podem se deparar com dificuldades para usar as tecnologias não invasivas de cuidado, sobretudo em ambientes altamente medicalizados, como os encontrados nas maternidades de alto risco, onde predominam o enfoque na patologia, os saberes biomédicos e as intervenções (2)(3)(4)6) .…”

“…Ressalta-se que algumas dessas ações podem ser mediadas por instrumentos industriais, como o rádio para música ambiente, bola suíça, cavalinho, chuveiro, banheira, banqueta e óleos essenciais (3) . Apesar dos resultados obstétricos positivos advindos desse processo de cuidar, sabe-se que as enfermeiras obstétricas podem se deparar com dificuldades para usar as tecnologias não invasivas de cuidado, sobretudo em ambientes altamente medicalizados, como os encontrados nas maternidades de alto risco, onde predominam o enfoque na patologia, os saberes biomédicos e as intervenções (2)(3)(4)6) . Nesse contexto, emergiu o seguinte questionamento: Quais fatores se relacionam com o uso das tecnologias não invasivas de cuidado na assistência às parturientes de alto risco na percepção das enfermeiras obstétricas?…”