Novos modelos de negócios da moda: uma análise com base nos arquétipos de negócios sustentáveis

Abstract

A moda sustentável tem sido um dos temas mais amplamente discutidos tanto no meio acadêmico quanto profissional. O desgaste dos recursos naturais e uso de mão de obra precária promovidos pela indústria da moda demandam soluções urgentes de melhorias para o setor. Além de diversos conceitos, modelos de negócio têm surgido para integrar a sustentabilidade, no entanto, emerge um questionamento: de que forma a sustentabilidade está sendo incorporada nos modelos de negócios presentes na moda sustentável? Por meio de uma revisão bibliográfica, buscou-se trazer os principais conceitos de moda sustentável e os modelos de negócios existentes na área, sendo estes: slow fashion, moda ética, eco-fashion, fair trade, zero-waste, economia circular, upcycling, reciclagem e economia compartilhada/consumo colaborativo. A partir dessa compreensão, fez-se uso dos oito arquétipos de negócios sustentáveis propostos por Bocken, et al. (2014) a fim de verificar quais deles são aplicáveis à indústria da moda.

Princípios e diretrizes para o consumo consciente e responsável na moda: uma busca sistemática da literatura

“…A moda aberta é caracterizada pelo prêt-à-porter (em português, pronto para vestir), que torna as tendências de moda da alta-costura mais acessíveis para as populações menos abastadas por meio da confecção industrial em larga escala (LIPOVETSKY, 1987). Nas últimas décadas, é relevante a presença do fast fashion (em português, moda rápida), que populariza as tendências de moda, no âmbito de moda no sistema aberto, e presencia-se também o surgimento de diversos movimentos para uma moda mais sustentável, com foco principalmente na economia circular (GWILT, 2014;SALCEDO, 2014;LEE;MENDES, 2021).…”

Fatores germinativos para negócios de moda sustentável

“…Nesse contexto de moda mais sustentável, ressalta-se a necessidade de ponderar negócios que se apropriam indevidamente e de maneira irresponsável do conceito de sustentabilidade, realizando o que se chama de lavagem verde (do inglês, greenwashing), sem criar uma relação verdadeira de valor agregado por intermédio da utopia da sustentabilidade, mas apenas pelo interesse de aumentar resultados financeiros (KOTLER; KELLER, 2012;GWILT, 2014).…”

“…Com base nisso, outra consideração importante é o papel estratégico do designer (de moda) nessa conjuntura. Esse profissional é mediador na relação de produção e consumo, por gerenciar as demandas da empresa e os desejos dos usuários, além de possuir a responsabilidade de comandar as escolhas envolvidas no processo de produção (FLETCHER; GROSE, 2011;KOTLER;KELLER, 2012;GWILT, 2014;PERINI, 2016;CEGLIA, 2020). Niinimäki et al (2011) defendem que os produtos sustentáveis devem ser projetados com foco na minimização de impactos e no fornecimento de benefícios para o usuário, explorando dimensões além da ambiental, com o propósito de atingir Quadro 1.…”

Biotrade and Sustainable Business trends in Latin American Companies, Between the years 2015-2022

“…Actualmente muchas de las empresas en América Latina, sostienen como objetivo generar productos sostenibles para posicionarlos en el mercado [9]. Estos productos han tenido gran aceptación por parte de los usuarios, de tal forma, que se optó cambiar los hábitos de compra, y así promover que la mayoría de las empresas pretendan complacer las nuevas necesidades de los consumidores y fomenten la sostenibilidad [10].…”