O administrador e a política brasileira: os desafios do desenvolvimento nacional e a necessidade de uma administração mais crítica e engajada

Abstract

A proposta deste artigo é promover uma reflexão sobre o processo de construção política nacional, bem como apontar tendências sobre o papel do jovem administrador neste processo. As discussões apresentadas neste artigo permeiam três eixos principais: no primeiro, discute-se a formação política do Brasil, por meio de sua relação com o desenvolvimento do estado-nação, tendo como destaques os ciclos de desenvolvimento ocorridos desde o início do século XX e o desenvolvimento da Administração como profissão. Neste caso, são causas do florescimento da administração no Brasil: atender a crescente demanda de profissionais para gerir as novas empresas e os novos órgãos públicos do país, e a caracterização de uma tentativa de substituição de um modelo patrimonialista de gestão do estado e dos negócios, para um modelo burocrático; o segundo eixo apresenta as principais correntes político-filosóficas existentes no cenário contemporâneo nacional (de cunhos conservador, reformista e revolucionário), bem como suas propostas e os fundamentos de sua atuação. Também discute a ascensão de temas como a sustentabilidade ambiental, que promovem maior engajamento político e mudanças nos padrões até então estabelecidos; o terceiro e último eixo discorre acerca da formação acadêmica e profissional do administrador, numa crítica à ênfase desproporcional aos aspectos profissionalizantes, que gera a falta de visão multidisciplinar e, consequentemente, de engajamento dos futuros administradores no cenário político.