O Esporte e o Lazer no Programa Nacional de Assistência Estudantil

Abstract

Objetivou-se analisar as publicações sobre esporte e lazer no contexto da assistência estudantil nas bases de referências e averiguar a aderência do esporte e lazer como uma ação da política de assistência estudantil nas instituições federais de ensino superior. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura estruturada em 8 passos: definição dos tópicos da pesquisa; escolha das bases; escolha das palavras-chave; pesquisa e armazenamento dos resultados encontrados; seleção dos materiais por resumo, considerando os critérios de inclusão/exclusão; extração de dados dos trabalhos selecionados; avaliação do material encontrado; e síntese e interpretação dos dados. O estudo é original por ser pioneiro em investigar, de maneira sistemática, a discussão do esporte e lazer no contexto da assistência estudantil. Ao agrupar as publicações e estruturar agenda de pesquisa, a partir do PNAES, garante ao estudo a originalidade e a relevância ao campo. Os principais resultados demonstram que a maioria dos estudos focam na verificação das ações prioritárias do PNAES desenvolvidas pelas IFES, seguida da avaliação da implementação do PNAES e o debate sobre o papel das IFES na formulação de políticas de esporte e lazer. O estudo amplia a discussão teórica do esporte como ação integrante no rol da assistência estudantil para além da figura de subsidiária das outras ações, além de estruturar indicações e sugestões de pesquisas futuras.

O orçamento do PNAES e a “fatia” do esporte e lazer nas universidades federais brasileiras: mais do mesmo!?

“…Dessa forma, defende-se que ações de esporte e lazer proporcionam e atendam a uma formação integral dos alunos, contribuindo para a cidadania, qualidade de vida e capacitação profissional (Assis et al, 2013;Ferreira et al, 2023). O esporte é uma possibilidade nas políticas de inclusão social e bem-estar, sua prática acarreta em benefícios na saúde preventiva, inclusive para a saúde mental (Dilly, 2018;Oliveira, 2018;Ferreira et al, 2023).…”

“…Embora não seja o único meio de promoção da saúde, práticas esportivas e de lazer proporcionam benefícios à saúde (Oliveira, 2018). A efetivação de políticas institucionais direcionadas à conscientização da prática de atividades físicas no lazer, junto com os programas de promoção das práticas podem ampliar a quantidade de praticantes, e isso proporcionar a redução do estresse do dia a dia (Castilho, 2020;Ferreira et al, 2023).…”

“…O histórico das políticas de assistência estudantil e das políticas de lazer e esporte no Brasil, nos ajuda a compreender como as universidades federais têm tratado a temática esporte e lazer no PNAES (Ferreira et al, 2023). Ao perceber a universidade como organização que possui dentre as atribuições, a de difundir o conhecimento histórico e cultural, como refletir as acepções que surgem das questões sobre a vida em sociedade, busca-se entender o seu papel na viabilização do acesso aos direitos sociais como esporte e lazer (Ribeiro & Marin, 2012;Castilho, 2020;Ferreira et al, 2023). O desempenho social das universidades vai muito além da transferência de conhecimentos inerentes às profissões (Pereira & Silva, 2021).…”

“…Na época em que o esporte surgiu no ambiente universitário as práticas esportivas eram propostas de forma competitiva e utilizadas pelo Estado como instrumento de controle para desmobilizar a comunidade acadêmica (Ribeiro & Marin, 2012;Castilho, 2020;Ferreira et al, 2023). Após passar por um período de crise, a partir do fim dos anos 1980 até início dos Essa vinculação ao COB fez com que o esporte assumisse a característica de alto rendimento, afastando-se das manifestações esportivas de lazer.…”

“…Após passar por um período de crise, a partir do fim dos anos 1980 até início dos Essa vinculação ao COB fez com que o esporte assumisse a característica de alto rendimento, afastando-se das manifestações esportivas de lazer. Assim, o desporto universitário incorpora os preceitos de rendimento: competitividade, cientifização do treinamento, organização burocrática, especialização de papéis, seleção e desigualdade (Bracht, 1997;Ribeiro & Marin, 2012;Ferreira et al, 2023).…”