Este trabalho analisa as desigualdades nas remunerações e chances de progressão hierárquica entre os dirigentes municipais e estaduais no Brasil. Utilizando dados da Relação Anual de Informações Sociais adaptada pela equipe do Atlas do Estado Brasileiro, a análise aplica modelos lineares e ordinais, somados ao pré-tratamento dos dados com matching, para estimar os efeitos do gênero e da cor/raça nas remunerações dos dirigentes e em suas chances de progressão no funcionalismo. Os achados indicam que há, ainda, amplas discrepâncias entre os salários e a progressão explicadas pelo gênero e pela cor/raça, com mulheres e negros sendo desfavorecidos com relação a homens e brancos. Em termos interseccionais, a mulher negra ocupa a base da pirâmide dos dirigentes municipais e estaduais, enquanto o homem branco se encontra no topo, tanto em termos remuneratórios quanto hierárquicos.