Este artigo debate as dicotomias entre mobilidades físicas e imagéticas ocorridas na pandemia da COVID-19, considerando as restrições de fluxos de turistas contidos nas barreiras sanitárias e das comunicações turísticas que, ao mesmo tempo que alertam para a necessidade de restrição ao turismo, promovem seus atrativos na perspectiva de retomada da atividade. Para tal, fez-se uma análise de contexto a partir dos conteúdos (tipologia, representação e discurso/interpretação) presentes nos materiais difundidos pela imprensa e pelos órgãos locais das Rotas Turísticas Costa do Sol/Região dos Lagos e São Paulo/Litoral Norte. Os conteúdos empíricos são expostos como exemplos, pois a essência do trabalho está nas dinâmicas e processos das mobilidades que os caracterizam e transmutam. Os resultados corroboram o argumento que as dimensões física e imagética do turismo ilustram dois elementos principais para se (re)pensar o conceito e as práticas mobilidades turísticas. Assim, as contribuições deste trabalho se colocam em duas vertentes: primeiro, no campo teórico-metodológico das mobilidades, ao ampliar a discussão sobre turismo para além da mobilidade física de corpos, orientados pelo Paradigma das Novas Mobilidades; segundo, coloca em discussão vertentes contraditórias sobre as práticas turísticas no presente, podendo orientar a gestão da atividade em função dos desdobramentos da pandemia.