RESUMO Objetivo Avaliar a correlação entre o índice de desvantagem vocal e a qualidade de vida de cantores populares. Método Estudo transversal realizado com cantores populares. Os dados foram coletados por entrevistas presenciais, com aplicação dos instrumentos World Health Organization Quality of Life-bref (WHOQOL-bref), Índice de Desvantagem para o Canto Moderno (IDCM) e questionário de perfil sociodemográfico e de autopercepção de queixas. O nível de significância foi de 5% (p<0,05). Realizou-se análise descritiva por meio de frequências absolutas e relativas, média e desvio padrão. Variáveis quantitativas testadas por teste Komolgorov-Smirnov e testes não paramétricos Kruskal Wallis e U Mann-Whitney. A correlação entre os instrumentos WHOQOL-bref e IDCM foi realizada pela correlação de Spearman, a confiabilidade dos instrumentos foi testada pelo Alpha de Cronbach. Resultados Amostra composta por 206 cantores populares. Eles eram, em maioria, homens, solteiros, com escolaridade superior ou pós-graduação e renda de até seis salários mínimos. A maioria teve escores altos no WHOQOL-bref, indicando autopercepção de boa qualidade de vida. A maior parte dos cantores declarou ter queixas vocais. Aqueles que não apresentaram queixas tiveram autopercepção de melhor qualidade de vida e de menor desvantagem vocal, com significância estatística para todos os domínios do WHOQOL-bref e subescalas do IDCM. Cantores com melhores rendas e com faixa etária acima de 40 anos apresentaram melhor autopercepção de qualidade de vida e de menor desvantagem vocal. Houve correlação negativa e fraca entre o IDCM e o WHOQOL-bref. Conclusão Melhor qualidade de vida teve correlação com menor desvantagem vocal.