O uso de mandacaru na alimentação de bovinos no interior do Piauí

Abstract

O município de São Raimundo Nonato (PI), localizado no Semiárido do Nordeste brasileiro, tem sofrido ao longo dos anos com a seca e a escassez de água. Assim, os pequenos criadores de gado buscam alternativas a esse problema, como a utilização do mandacaru (Cereus jamacaru DC, Cactaceae) na alimentação de seus rebanhos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a importância do mandacaru na alimentação bovina no período de estiagem. Foram feitas entrevistas com 16 agricultores da zona rural de São Raimundo Nonato, nas comunidades Queimadinha, Veados, Garrincha e Nova Garrincha. Segundo a pesquisa realizada, 93,8% dos entrevistados afirmaram que utilizam o mandacaru na alimentação do gado, seja puro ou misturado com outras forrageiras. Posteriormente foi investigado o teor de água no mandacaru, cujo valor encontrado foi em torno de 90% (estação chuvosa) e de 70% (estação seca), o que contribui para a hidratação dos animais, já que os agricultores buscam nesse tipo de vegetação uma alternativa para amenizar as dificuldades enfrentadas. Com a realização deste trabalho foi possível compreender a cultura regional e as práticas rurais, aproximando assim o conhecimento científico às tradições da população local.

Formulação e caracterização físico-química de geleias convencional e dietética de mandacaru e umbu

“…é considerado maior variedade de Cactaceae, encontrada na Região Nordeste, pertence ao gênero Cereus. Os frutos são basiformes e, em geral, grandes e vermelhos, de polpa adocicada, e muito apreciados por animais e pelo homem (Silva et al 2020). Entretanto, é um fruto bastante perecível, frágil, com vida útil curta, representando um gargalo para sua comercialização in natura (Reis et al 2020).…”