Old is cool: nostalgia “oitentista” e a memória do público jovem sobre a série Stranger Things da Netflix

Abstract

A série Stranger Things, da Netflix, é famosa por sua temática voltada para a década de 1980, desde sua ambientação até a trilha sonora, figurino e elenco, além de incontáveis referências a filmes clássicos. Apesar disso, grande parte do público da série é composta por crianças, adolescentes e jovens adultos. Com isso, o objetivo deste artigo é investigar a popularidade da série entre um público que não vivenciou os anos 80, analisando como a memória e a nostalgia criadas por elementos da década de 1980 podem proporcionar satisfação e prazer aos jovens que assistem à série Stranger Things. A metodologia utilizada terá finalidade exploratória e, além do estudo bibliográfico, apresentará uma pesquisa qualitativa de descrição, através da técnica da história oral, bem como, por fim, análise de conteúdo. Os resultados mostram tendências inovadoras no consumo de produções audiovisuais entre as novas gerações, além de apresentar a memória coletiva e herdada como explicação para que jovens espectadores sintam nostalgia pelos elementos “oitentistas” representados na série.

Novo Sempre Vem

“…Figura 2 -O vale da estranheza representado por meio da relação empatia x verossimilhança Fonte: YouTube (2023), capturado pelos autores. Benjamin (1987) nos permite pensar a questão dos deepfakes a partir de nossa relação com a realidade e a autenticidade em um mundo onde a manipulação digital é cada vez mais presente. O autor argumenta que, comun.…”

“…Ademais, interpretamos que essa estranheza acontece, em parte, por conta da ausência de aura (BENJAMIN, 1987); nesse sentido, a réplica da imagem de Elis pode ser vista como uma tentativa de recriar sua aura artística original. Contudo, há uma falta de autenticidade, uma vez que essa aura não pode ser, de fato, replicada.…”

“…Querem limpar a imagem, apagar o passado. O dinheiro compra até um passado para um presente falso Vários dilemas éticos nesse comercial da Maria Rita e Elis Regina pra Volkswagen, mas o que mais me estressou foi pensar que a gente não pode mais morrer em paz Se me colocarem pra vender carro in memorian eu vou puxar o pé de um Nesses casos, as frases em destaque sugerem algo que é apontado por diferentes autores: uma obsessão pela repetição (HUYSSEN, 2000), um desejo de fazer as coisas ficarem mais próximas (BENJAMIN, 1987) e uma filosofia da imortalidade enquanto duplicação (ECO, 1984). É como se não pudéssemos mais preservar o passado somente pela memória; em vez disso, estamos constantemente alimentando a cultura da cópia, ansiando por reproduções cada vez mais precisas do passado, mas que, como afirma Eco (1984), não passam de falsificações.…”

“…Isso posto, temos, como objetivo deste trabalho, analisar a aplicação da IA como estratégia mercadológica no filme publicitário Gerações, da marca Volkswagen, diante da (re)criação de Elis Regina e os seus efeitos perante a evocação de memórias coletivas e afetivas. Na fundamentação teórica, mobilizamos autores como Halbwachs (2006), Sant'Anna (2007, Mori (2012), Benjamin (1987) e Eco (1984.…”