Os Centros de Referências em Saúde do Trabalhador e as ações em saúde mental: um inquérito no Brasil

Abstract

Resumo Introdução: os transtornos mentais atualmente constituem a terceira causa de afastamento do trabalho. Objetivo: identificar as principais ações em saúde mental relacionada ao trabalho realizadas pelos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). Metodologia: estudo descritivo com uso de inquérito on-line realizado com os CEREST em atuação no Brasil em 2014. Resultados: Participaram 80,1% (n = 161) dos CEREST elegíveis para o estudo. A maioria (87,5%) tinha mais de cinco anos de funcionamento, 89,2% eram geridos com recursos da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), 61,3% tinham boa estrutura física, e 67,7% tinham profissionais capacitados para atendimento em saúde mental. Contudo, 63,5% não contavam com controle social atuante, apenas 46,9% faziam atendimento ambulatorial, 47,8% desenvolviam ações de educação em saúde nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), 40,9% realizavam ações de apoio matricial, 18,7% contavam com grupo terapêutico, 35,5% desenvolviam ações informativas frequentes, 53,2% realizaram inspeção em ambientes de trabalho e 58,8% fizeram o registro sistemático de casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Conclusão: observou-se que as ações na área de saúde mental relacionadas ao trabalho realizadas pelos CEREST ainda são incipientes.

Vigilância em Saúde Mental e Trabalho no Brasil: características, dificuldades e desafios

“…To identify the aspects related to suffering or pleasure, taking into consideration the experience of the worker, it is fundamental to know / understand the relations between the organization of work and illness [6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20][21] . The elements of work interact dynamically among themselves and with the worker, forcing him into a process of adaptation to the processes and workloads faced which become wearing and, consequently, have repercussions in their physical and psychic capacity 23 .…”

“…There is a record of articulation initiatives of the reference centers with CAPS, in which they seek to overcome the enormous challenges encountered, but these actions are occasional and very distinct in the different regions of the country 20 . Furthermore, tied to this diffuse tangle of actions, the predominant models of care in the VISAT actions in Mental Health are based on medical, outpatient perspectives, of a curative character and therefore reductionist [19][20][21][22][23][24][25] , clashing with the comprehensive conceptions of the psychosocial model defended in the Organic Health Law (Lei Orgânica de Saúde).…”

“…Furthermore, tied to this diffuse tangle of actions, the predominant models of care in the VISAT actions in Mental Health are based on medical, outpatient perspectives, of a curative character and therefore reductionist [19][20][21][22][23][24][25] , clashing with the comprehensive conceptions of the psychosocial model defended in the Organic Health Law (Lei Orgânica de Saúde). Daldon and Lancman 23 stress the need for the decentralization of services as essential to the VISAT strategies, giving emphasis to the role of Primary Care and to the Community Health Agents as an alternative of first contact for the SUS service, in worker health as well as in mental health and work.…”

“…This process of articulation and decentralization of responsibilities places the municipality as a central entity responsible for the VISAT actions. In this process, it is also evident that there is a need for redefinition of these health services on a basis that questions the dominant model centered on the illness 20 .…”

Intervenções na sala de espera: rompendo o silêncio do trabalhador

“…Outro desafio consiste em romper com a fragmentação do olhar em torno do sujeito, desconsiderando, por vezes, o trabalho como algo central na relação saúde-doença, bem como identificar as queixas sem individualizá-las, reconhecendo a realidade concreta do mundo do trabalho 2 . Para Cardoso e Araújo 3 , no Brasil, o campo da ST se firmou apenas em 2002, com a criação da Rede Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador (Renast).…”