“…Em outras palavras, nas redações virtuais, o perfil do jornalista é polivalente, multitarefa, engajado e sem limites. Seus participantes excedem a jornada normal de trabalho, muito embora não sejam remunerados pelas plataformas, apesar de as notícias produzidas constituírem "[...] um ativo a ser negociado no mercado político, governamental e publicitário"(Figaro; Marques (2022, p. 111).No mercado brasileiro, por exemplo, pesquisas têm revelado que uma conjunção de fatores, entre os quais figuram as tecnologias de informação e comunicação, tem provocado o avanço da deterioração dos regimes contratuais com a legalização da contratação de jornalistas autônomos pelas empresas, a chamada "pejotização", a fragmentação e a intensificação do alongamento da jornada (Mick; Kikuti, 2020) e a substituição de jornalistas veteranos pelos mais jovens por meio de relações de trabalho igualmente precárias (Quesada Tavares; Xavier;Pontes, 2021), acarretando o aumento do abandono da profissãoMick, 2018). credibilidade e audiência em um cenário complexo de mudanças, instabilidade laboral e enxugamento das redações.As preocupações não são apenas de ordem econômico-laboral.…”