OS SABERES NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: implicações para a prática pedagógica

A intrincada relação entre conhecimento e Educação Física escolar: uma apreciação de pesquisas acadêmicas

“…Há, todavia, trabalhos que desestabilizam essa lógica ao se preocuparem com os conhecimentos estudantis (Rodrigues Júnior, 2008), práticas corporais dos vários segmentos sociais (Matos, 2013;Silva, 2018), práticas pedagógicas inclusivas (Silvano, 2018), identidades e culturas afro-brasileiras (Maranhão, 2009;Bins, 2014) e saberes circenses (Silveira, 2013). Nenhum deles se apresenta como decolonial, também não se pretende fazer tal taxação, tão somente sinalizar as aproximações existentes entre o que as pesquisas apontam e as contribuições do pensamento decolonial para o debate curricular.…”

“…Percebe-se, por parte de algumas investigações (Rodrigues Júnior, 2008;Matos, 2013), o desejo de sinalizar um cenário carente de transformações. Outros sensibilizam-se com os conhecimentos de grupos historicamente subjugados (Maranhão, 2009;Silveira, 2013;Bins, 2014;Eto, 2015) e defendem abertamente uma educação outra, atenta à multiplicidade dos conhecimentos, o que nos coloca muito à vontade para conjecturar uma aproximação ética-política com a decolonialidade.…”

“…Outros sensibilizam-se com os conhecimentos de grupos historicamente subjugados (Maranhão, 2009;Silveira, 2013;Bins, 2014;Eto, 2015) e defendem abertamente uma educação outra, atenta à multiplicidade dos conhecimentos, o que nos coloca muito à vontade para conjecturar uma aproximação ética-política com a decolonialidade. De modo geral, é possível dizer que as pesquisas analisadas se aproximam do pensamento decolonial, uma vez que problematizam as hierarquias entre sujeitos, grupos e conhecimentos por demonstrarem apreço pelos saberes, memórias e histórias dos estudantes (Ferreira, 2018) e da cultura negra (Maranhão, 2009;Bins, 2014;Lins Rodrigues, 2015;Eto, 2015), além de defenderem a transformação dos currículos (Rodrigues Júnior, 2008;Matos, 2013).…”

Trajetórias de vida

“…O sujeito passa a ser respeitado por seu desempenho quando demonstra aquilo que sabe aos demais companheiros e a todos que estão assistindo; por isso, em uma partida, os ânimos sempre ficam "quentes" e qualquer lance pode gerar polêmica e briga, tudo porque aqueles que se encontram em patamares altos nas relações de desempenho não querem perder seus "postos", enquanto os demais querem ocupar espaços melhores. Na pesquisa de mestrado também identifiquei redes de convivência entre os grupos de alunos, o que gerava em várias situações questionamentos e atitudes transgressoras nas aulas, atitudes estas que a professora Marcela 4 não conseguia lidar bem (RODRIGUES JÚNIOR, 2008).…”