Panorama de uso de testes rápidos sífilis e vírus da imunodeficiência humana na atenção primária à saúde em capitais brasileiras

Abstract

Introdução: O Ministério da Saúde disponibiliza para todo o território nacional testes rápidos para sífilis, vírus da imunodeficiência humana, hepatite B e C. Essas são ferramentas essenciais para o rastreamento e detecção precoce das infecções sexualmente transmissíveis na Atenção Primária à Saúde. Objetivo: Realizar um panorama do uso de testes rápidos de sífilis e vírus da imunodeficiência humana pela Atenção Primária à Saúde nas capitais brasileiras e Distrito Federal. Métodos: Análise transversal de respostas de equipes de Saúde da Família no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, em seu terceiro ciclo, referente aos anos 2015-2017. Utilizaram-se duas perguntas do módulo de avaliação externa sobre a disponibilidade dos testes rápidos de sífilis e vírus da imunodeficiência humana, com possibilidade de resposta sim ou não. Resultados: A análise evidenciou que a maioria das capitais apresentou mais de 80% de respostas positivas sobre disponibilidade de testes rápidos de ambos os agravos, com exceção de sete municípios (Belém, Curitiba, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Recife e Teresina). A comparação de disponibilidade entre testes rápidos de sífilis e vírus da imunodeficiência humana demonstrou que 13 municípios, entre as 27 capitais brasileiras, apresentaram maior disponibilidade de testes rápidos de vírus da imunodeficiência humana, enquanto oito apresentaram maior disponibilidade de testes rápidos sífilis, e em sete municípios a disponibilidade foi a mesma entre ambos testes. A diferença de disponibilidade entre testes rápidos de vírus da imunodeficiência humana e testes rápidos sífilis variou entre 0,6% a 8,7%. Conclusão: Os resultados demonstraram oferta elevada de testes rápidos de sífilis e vírus da imunodeficiência humana na Atenção Primária à Saúde, no entanto ressalta-se que algumas localidades apresentaram baixa disponibilidade de testes rápidos, abaixo de 50%, e que em metade dos municípios houve maior disponibilidade de testes rápidos vírus da imunodeficiência humana que testes rápidos sífilis, o que pode ser crítico para o tratamento de sífilis em gestantes. A implementação de teste duo, que abarca os dois agravos no mesmo dispositivo pode ser uma estratégia interessante para aumentar o diagnóstico e tratamento de sífilis na Atenção Primária à Saúde.