Pelo direito à vida: comemorar o respeito ao Estado democrático de Direito

Abstract

O trabalho editorial da Revista Saúde em Redes, como sempre ressaltamos neste espaço, ao contrário de um posicionamento supostamente neutro, afirma nosso compromisso político em defesa das políticas públicas, em busca de uma sociedade mais justa e menos desigual. Não raro, na escrita dos editoriais, denunciamos radicalmente a necropolítica em curso, sobretudo no âmbito federal. Nas últimas eleições, inclusive, um dos manifestos publicizados pela coordenação da Associação Rede Unida foi intitulado "Pelo direito a ter direitos e pelo direito à vida". Este manifesto se pronunciou em defesa da democracia, destacando o Direito Universal à Saúde e pontos considerados prioritários para o avanço das políticas de saúde no presente momento histórico. Este manifesto declarou apoio à candidatura de Lula e Alckmin para a eleição presidencial, o que agora podemos comemorar com esperança em dias melhores. Foi uma eleição apertada, marcada por tensionamentos e irregularidades e que, até o momento em que escrevemos este editorial, vem sendo questionada por movimentos golpistas dentro e fora das instituições.São muitos os desafios que se apresentam diante dos brasileiros: a constante ameaça aos direitos básicos, os ataques à democracia e às políticas públicas, a violência, os preconceitos e o racismo enraizados nos pilares e estruturas sociais do país, dentre tantas outras questões. Mesmo diante de todas essas atrocidades, o povo brasileiro mostrou que não abre mão de lutar pelo que é seu e declarar seu descontentamento com a situação atual instaurada. A partir dessa força e exercendo a cidadania já tão mutilada, 1 as últimas notícias eleitorais são o brado retumbante de uma nação que pede trégua, que quer viver bem e em paz, com acesso à saúde, educação, equidade, um Sistema Único de Saúde fortalecido, com um Brasil rico e diverso e suas tantas outras potências exaltadas e bem utilizadas.Nos últimos anos, temos trabalhado com afinco para qualificar nosso processo editorial e tornar mais célere o fluxo de submissões e publicações. Este trabalho tem sido relatado e discutido nos editoriais de cada número, onde nos esforçamos para comunicar aos aos leitores, autores e pareceristas o que temos feito, e também discutir temas que consideramos pertinentes ao escopo da revista, como forma de marcar uma posição político-institucional, mas sobretudo para fomentar perspectivas e campos de estudos e estilos de escrita. Na Saúde em Redes recebemos uma considerável quantidade de produções no formato de relatos de experiências, e que tem se mostrado útil como exercício de reflexão e de divulgação de projetos de pesquisa ou intervenção e de práticas profissionais inovadoras. No ano passado, mais especificamente no suplemento do volume 7, número 2, reunimos um conjunto de "relatos de experiência" para acelerar nosso fluxo editorial e visibilizar esta Pelo direito à vida: comemorar o respeito ao Estado democrático de Direito Saúde em Redes. 2022; 8 (2)