A Paralisia Cerebral é uma condição de saúde comum da infância, em que trata-se de lesõesneurológicas que acarretam atrasos no desenvolvimento neurosensoriomotor, cognitivo e,muitas vezes, provoca déficits no desempenho funcional e equilíbrio postural. Um novorecurso de tratamento para essas crianças são os protocolos intensivos com o uso ou não devestimentas terapêuticas. Nestes protocolos, as vestimentas funcionam como uma órtesecorporal que permite a execução de movimentos e exercícios para os mais diversos objetivos,em conjunto com a aplicação de treinos intensos e específicos. O objetivo do presenteestudo foi analisar a diferença de ativação muscular, função motora grossa e oscilação docentro de gravidade de crianças com Paralisia Cerebral após um protocolo intensivo deexercícios terapêuticos. Trata-se de um estudo de 8 casos, sendo que os critérios de inclusãoforam ter idade entre 2 e 13 anos, diagnóstico de Paralisia Cerebral e classificação GrossMotor Function Classification System entre os níveis I e IV. A Gross Motor Function Measurefoi realizada por um profissional capacitado antes do primeiro e após o último protocolo. AEletromiografia de Superfície foi utilizada para analisar a ativação muscular dos músculosReto Abdominal, Oblíquos e Multífidos dos dois hemicorpos enquanto a criança permaneciasentada mantendo a postura durante 30 segundos pré e pós protocolo. Além disso, aPlataforma Estabilométrica foi utilizada para avaliar a oscilação postural com a criançasentada mantendo a posição por 30 segundos com os olhos abertos e 30 segundos com osolhos fechados, também antes do início do intensivo e após o último. No geral, as criançasapresentaram aumento em média na função motora grossa de 3,73% entre antes e após otreinamento; 25% dos pacientes apresentaram aumento de todas ou da maioria dasmusculaturas; 50% obtiverem uma maior aproximação das médias de Root Mean Squareassociados a uma redução de ativação em alguns dos 6 músculos avaliados. Em relação aocentro de gravidade, 37,5% dos pacientes reduziram a distância de oscilação com olhosabertos e 62,5% reduziram com os olhos fechados; 25% apresentaram aumento da distânciacom olhos abertos e com olhos fechados 37,5% e outros 25% não apresentaram resultadosrelevantes nas distâncias com olhos abertos. Quanto às oscilações látero laterais e ânteroposteriores, 25% reduziram e 12,5% aumentaram as oscilações látero laterais com os olhosabertos, 12,5% aumentaram e 37,5% reduziram oscilações ântero posteriores. Já com olhosfechados, 37,5% reduziram oscilações látero laterais e 25% reduziram oscilações ânteroposteriores. Novas pesquisas de caráter longitudinal, com número e características entre osparticipantes mais homogêneas, além da utilização de outras ferramentas podem colaborarpara aprofundar as análises obtidas. Conclui-se com o presente estudo que a realização deum protocolo intensivo de exercícios terapêuticos associados ou não ao uso de vestimentasterapêuticas favorece a melhora da função motora grossa, parece ser promissor na ativaçãomais equilibrada entre as musculaturas do core avaliadas e na diminuição da oscilação dotronco quando de olhos fechados.