Objetivo: Caracterizar a população em uso de psicofármacos da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde. Métodos: Pesquisa transversal realizada com 203 usuários de psicofármacos em uma Unidade Básica de Saúde em Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil, em 2017. Coletaram-se dados sociodemográficos e sobre o uso do(s) psicofármaco(s) através de um questionário, posteriormente analisados por meio do IBM SPSS Statistics, versão 20.0. Resultados: Encontrou-se média de psicofármacos prescritos de 1,52 ±0,746, tempo médio de uso de 6,52 ±7,350 anos, prevalência do sexo feminino (n=163; 80,3%), casados ou em união estável (n=90; 44,3%) e com baixa escolaridade (n=99; 48,8%). A maior proporção relatou ter moradia própria (n=132; 65%), ser de cor negra/parda (n=118; 58,1%), trabalhador do lar (n=58; 28,6%) e com renda individual de até um salário mínimo (n=101; 49,8%). Além disso, 35,5% (n=72) viviam com hipertensão arterial sistêmica como principal doença crônica. Houve prevalência da classe dos ansiolíticos (34%), do acesso caracterizado pela compra do medicamento (62%), e do psiquiatra como o principal prescritor das drogas psicotrópicas (49%). Conclusão: O uso de psicofármacos no serviço de saúde foi prevalente em mulheres pretas e/ou pardas, com baixa renda e escolaridade, que desempenham atividades laborais em casa, e com adoecimento crônico. Os ansiolíticos estão entre as drogas de maior consumo e o psiquiatra é o principal prescritor. Há dificuldades no acesso e na descontinuação desses medicamentos.