Prática De Ensino De Ciências: O Museu Como Espaço Formativo

Abstract

A formação inicial de professores de ciências tem desenvolvido de forma incipiente o tema da educação em museus e centros de ciências. Nesse sentido, este artigo apresenta apontamentos sobre a formação que futuros professores tiveram para atuar em um centro de ciências (CDCC/ USP), suas concepções sobre as características da educação escolar e extra-escolar e as contribuições formativas oferecidas por esse espaço, na perspectiva de compreendê-lo como um lócus formativo na prática de ensino de ciências. Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa, com a realização de entrevistas semi-estruturadas com quatro licenciandas-mediadoras, atuantes no centro de ciências mencionado. A inserção do estágio em espaços extra-escolares na prática de ensino também pode configurar-se como alternativa viável para a formação docente em Ciências.

A investigação da prática de monitores em um observatório astronômico: subsídios para a formação

“…Tal fato, não é exclusivo da realidade local ou nacional [31], e estudos vêm mostrando que ainda são poucos os cursos de formação inicial de professores em nosso país que abordam essas temáticas na forma de disciplinas [32]. Contudo, esse fato não impede a abordagem de tópicos da divulgação científica e de educação não formal em disciplinas da área de ensino como nas metodologias de ensino e nos estágios, este último especialmente indicado por autores como oportunidade para enriquecer a formação do licenciando a partir de práticas em espaços de educação não formal [6,24,32].…”

O Uso De Elementos Da História E Filosofia Da Ciência (Hfc) Em Aulas De Física Em Uma Disciplina De Estágio Supervisionado: Alguns Resultados De Pesquisa

“…Inúmeros autores consideram importante tratar dos saberes relacionados à prática docente, pois sua apreensão durante a formação inicial acaba influenciando o tipo de prática pedagógica que esses licenciandos adotam no período de Estágio Supervisionado (Arruda & Baccon, 2007;Camargo & Nardi, 2013;Gianotto & Diniz, 2010;Guerta & Camargo, 2015;Lima et al, 2015;Oliveira & Faria, 2011;Ustra & Hernandes, 2010). Muitas pesquisas caracterizam os distintos saberes docentes segundo a postura teórica defendida por Tardif (2002) (e.g., Baccon & Arruda, 2010;Feitosa & Leite, 2012;Goi & Santos, 2014;Lucas, Passos & Arruda, 2013Manfredo, 2006;Mendes & Munford, 2005;Ovigli, 2011;Predebon & Pino, 2009;Toti & Pierson, 2012;Vieira, Melo & Bernardo, 2014;Zuliani & Hartwing, 2009).…”

“…Outros autores apoiam-se na base teórica proposta por de Nóvoa (1992) (e.g., Gianotto & Diniz, 2010;Langhi & Nardi, 2011;Manfredo, 2006;Ovigli, 2011;Razuck & Rotta, 2014;Rosa, Weigert & Souza, 2012;Toti & Pierson, 2012) sob o argumento de que a prática imersa no contexto escolar durante o estágio contribui para a formação da identidade e autonomia profissional dos estagiários. Outros utilizam como base teórica as ideias de Schön (1992) (e.g., Ovigli, 2011;Razuck & Rotta, 2014;Rosa, Weigert & Souza, 2012;Toti & Pierson, 2012;Zuliani & Hartwing, 2009) entendendo que Schön é um dos autores que mais investe na ideia de reflexão na (e sobre a) prática pedagógica para a formação de professores.…”

“…Assim, o círculo exotérico era composto por dez estagiários (Alunos A, B, C, D, E, F, G, H, I e J) que em 2015/2 e 2016/1 passam por um momento ímpar na Licenciatura, pois atuavam como docentesestagiários nas escolas, assumindo uma turma da rede pública de ensino durante a regência. Podemos caracterizar o Estágio como um momento crucial no processo de condução para dentro dos novatos à comunidade acadêmica de professores de Física, conforme alude também a literatura (e.g., Arruda & Baccon, 2007;Gastal & Avanzi, 2015;Guerta & Camargo, 2015;Lima et al, 2015;Lucas Passos & Arruda, 2015;Mendes & Munford, 2005;Ovigli, 2011;Razuck & Rotta, 2014;Zuliani & Hartwing, 2009).…”

Atividades em um centro de ciências: motivos estabelecidos por educadores, suas concepções e articulações com a escola

“…Continuando a discussão sobre a formação de educadores, Ovigli (2011) sugere um modelo de estágio dos futuros educadores nos museus e centros de ciências, promovendo assim a articulação entre os espaços de educação não formal com a formação docente, tendo em vista uma atuação futura dos licenciandos nesses contextos. Dessa forma, conhecendo as especificidades desses locais, esses futuros educadores podem reconhecer esses centros como espaços educativos, o que pode reverter-se, no futuro, em práticas pedagógicas que envolvam a visita com seus estudantes a um espaço de educação não formal.…”