Objetivos: O suicídio é considerado um grave problema de saúde pública, atingindo especialmente estudantes de medicina, que apresentam alta prevalência de ideação suicida, de aproximadamente 11,1%. Este estudo tem como objetivo avaliar o risco de suicídio em acadêmicos de medicina de uma Instituição de Ensino Superior do interior do estado de São Paulo. Métodos: Trata-se de estudo transversal realizado em 169 estudantes de medicina da I, II, III e V etapas. Foram aplicados dois questionários: o módulo C do Mini Internacional Neuropsychiatric Interview (MINI), a partir do qual o risco de suicídio foi classificado como "baixo" ou "moderado/alto"; e outro questionário com 23 questões referentes a fatores clínicos e demográficos potencialmente associados ao risco de suicídio. Uma análise exploratória preliminar foi feita para investigar essa associação, seguida de uma regressão logística utilizada para realizar uma análise multivariada. Resultados: Dos entrevistados que responderam ao MINI, 131 (77,5%) apresentaram baixo risco de suicídio e 37 (21,9%), risco moderado/alto. As variáveis que apresentaram associação com o risco de suicídio foram: histórico de suicídio na família (RR= 5,90; p= 0,001) e diagnóstico de transtornos mentais (RR= 3,96; p= 0,004). O consumo de álcool apresentou associação com risco de suicídio na análise preliminar bivariada (RR= 4; p= 0,046), porém esta associação não permaneceu significativa no modelo final da análise multivariada (RR= 3,54; p= 0,059). Conclusão: Os resultados evidenciaram que histórico de suicídio na família e o diagnóstico de transtornos mentais foram associados ao risco de suicídio e podem ser utilizados para a identificação dos alunos em risco e para guiar estratégias preventivas nas Instituições de Ensino Superior.