Produção Científica Relacionada Ao Futebol De Mulheres Em Teses E Dissertações Brasileiras Na Área Da Educação Física

Abstract

Objetivamos mapear e explorar a produção científica relacionada ao futebol de mulheres em teses e dissertações brasileiras, na área de conhecimento da Educação Física, na última década. Os trabalhos foram rastreados no Banco de Teses e Dissertações da Capes, do IBICT e do NUTESES, através da equação Futebol and feminino or Mulher. Os resultados encontrados consistem em: nove dissertações e duas teses; 11 pesquisadores (majoritariamente mulheres); destaque ao ano de 2017; apenas as regiões Sul e Sudeste foram contempladas; sete instituições que possuem estudos na temática; subárea pesquisada com mais frequência foi a sociocultural, com palavras-chave relacionadas a ela; a maioria dos trabalhos não contou com financiamento. Tais resultados expressam a necessidade de investimento nas pesquisas e de PPG fora dos polos tradicionais acadêmicos brasileiros. A pesquisa reflete a incipiência da produção científica nacional sobre o futebol de mulheres, justificada pelos seus impactos históricos, sociais e culturais.

Racismo no futebol brasileiro: revisão bibliométrica em revistas científicas

“…Da mesma forma que o preconceito racial, a desigualdade de gênero é uma das cicatrizes na história do futebol brasileiro, que carrega consigo a ausência de um espaço democrático, justo e igualitário para as mulheres, seja dentro de campo, nas torcidas, nos cargos de gestão e na comunidade acadêmica. Indo ao encontro dos resultados da pesquisa, revisões acerca do futebol feminino revelaram um maior número de pesquisadoras mulheres, o que demonstra um direcionamento dos interesses das autoras por temáticas voltadas para a modalidade praticada exclusivamente por elas (Barreira et al, 2018;Beirith, Araldi & Folle, 2021).…”

“…O destaque da região Sudeste pode ser encontrado também por demais pesquisadores em revisões sobre basquetebol (Maciel et al, 2019), Psicologia do Esporte (Andrade et al, 2015), Educação Física Especial (Souza et al, 2021) e futebol (Fensterseifer, Saad & Moro, 2018). Importante fazer menção à região Sul, que apresentou sete pesquisadores e tem ganhado espaço em revisões bibliométricas sobre futebol no país (Beirith et al, 2021).…”

“…(IBGE, 2021). Correlacionando com o resultado encontrado por Beirith et al (2021), apontando que o futebol de mulheres é pesquisado majoritariamente por mulheres, pode-se justificar o interesse pela temática do racismo por autores do Nordeste, considerando a grande parcela da população negra residente na região.…”

“…Contudo, vale destacar que as palavras 'racismo', 'preconceito' e 'história' aparecem com frequência nos estudos analisados. A subárea pedagógica e as palavras-chave relacionadas à educação apareceram pouco nas publicações, resultado observado por Beirith et al (2021), ao estudarem o futebol de mulheres em teses e dissertações brasileiras. Além disso, diferentes palavras ligadas com jornalismo e imprensa foram encontradas nos trabalhos, revelando o interesse dos pesquisadores em estudar a veiculação e os registros documentais dos episódios de racismo no futebol brasileiro, bem como o papel da mídia no combate a eles.…”

Análisis bibliométrico de la producción científica en los deportes colectivos (Bibliometric analysis of scientific production in collective sports)

“…Con relación a lo anterior, los deportes colectivos más practicados a nivel mundial, como el fútbol, baloncesto, voleibol y balonmano, abordan una base teórica en los ámbitos; académico, psicológico y de salud (Mazzardo et al, 2022;Prado et al, 2021;Pico & Contreras, 2020). En consecuencia, el estudio y la aplicación de los deportes colectivos implican una amplia gama de teorías, modelos y conceptos destinados a aclarar las razones que subyacen a las acciones cooperativas, las habilidades sociales y las proezas cognitivas de un individuo (Pereira- Rodríguez et al, 2021;Beirith et al, 2021). Esto significa que muchas ramas de la ciencia, como la medicina, el deporte, la psicología, la salud y el bienestar, y muchas más, han encontrado aplicaciones prácticas en el ámbito de los deportes colectivos (Cañadas, 2021).…”