A suspensão de algumas atividades na Atenção Primária à Saúde em decorrência da pandemia
de Covid-19, como o grupo HiperDia, comprometeu o acompanhamento de pacientes crôni-cos com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. Este artigo objetiva relatar a experiência de
uma discente de graduação em Enfermagem, de uma Universidade Federal, no planejamento eimplementação da retomada de grupo com pacientes com diabetes e/ou hipertensão arterial,na Atenção Primária à Saúde, após dois anos de pandemia. São relatadas duas intervençõesrealizadas: capacitação dos profissionais de uma Unidade Básica de Saúde acerca da temática
grupos e retomada do grupo HiperDia. A retomada do grupo HiperDia foi definida após consta-tar que metade das pessoas que procuravam a unidade, durante o acolhimento às demandas
espontâneas, tinham HAS e/ou DM e apresentavam como demanda a renovação de receitas oua agudização da condição crônica. A capacitação da equipe antes da retomada dos grupos foi
definida devido à identificação de compreensão limitada dos profissionais acerca dos pressu-postos teóricos da realização de grupos. Após realização da capacitação, 94,7% dos profissionais
disseram se sentir mais seguros para as atividades grupais. Quanto à retomada do grupo HiperDia,
os encontros foram conduzidos com a preocupação em garantir espaço para a fala dos partici-pantes, o que permitiu troca de experiências entre eles e relato de alguns quanto à intenção de
modificar comportamentos. As duas intervenções favoreceram o enriquecimento da formaçãoprofissional da discente, além de ter gerado reflexões em relação aos avanços necessários nacondução de grupos na Atenção Primária à Saúde.