RESUMO : Após a tromboembolia pulmonar aguda, na maioria dos casos , ocorre lise com recanalização dos ramos pulmonares. Entretanto, em pequeno , mas indeterminado número de pacientes (pts) com embolia pulmonar (EP) crónica , a incompleta resolução do material embólico pode resultar em grave hipertensão pulmonar. A tromboendarterectomia pulmonar (TP) é uma opção, especialmente quando a obstrução é proximal e os pts apresentam falência ao tratamento clínico . Dentre as técnicas cirú rgicas já empregadas, a que utiliza, atualmente, a esternotomia com circulação extracorpórea (CEC) e parada circulatória total (PCT) é a que tem apresentado melhores resultados. Até janeiro/95 foram operados 15 pts portadores de EP recurrente . A arteriografia pulmonar mostrou comprometimento bilateral em 66,7% dos casos. Esternotomia foi realizada em 73,3% dos pts. Nestes pts, a técnica utilizada foi a TP por tração retrógrada dos trombos. Circulação extracorpórea foi utilizada em todos os pts , com tempo médio de 124,8 min, sendo em 66,7% dos casos realizada PCT, com tempo médio de 34,2 min o Os valores pressóricos médios na artéria pulmonar eram 91/32/55 mmHg no pré e apresentaram queda para 52/15/27 mmHg no pós-operatório. Houve 1 (6,7%) óbito hospitalar por coagulopatia e 1 tardio devido a problemas não relacionados à operação. Dos 13 pts vivos, 1 (7,7%) apresentou reobstrução e 12 (92,3%) encontram-se assintomáticos sob anticoagulação oral , tendo retornado às atividades habituais, em um período de seguimento de até 165 meses (média 47m) . Em conclusão, a TP realizada por esternotomia e, quando necessário, com auxílio de PCT é procedimento viável e seguro para resolução de EP crónica, levando à remissão da sintomatologia destes pts e à manutenção do resultado a longo prazo.