Qual o impacto do WhatsApp em eleições? Uma revisão sistemática (2010-2019)

Abstract

As eleições brasileiras de 2018 foram marcadas por uma nova forma de se fazer campanhas. Se antes o horário gratuito político eleitoral (HGPE) reforçava a ampliação de coligações e compelia pequenos partidos a serem criativos no uso de seu tempo de rádio e TV, atualmente novos sistemas de tecnologia têm sido utilizados. Este artigo busca compreender de que forma os periódicos têm abordado a temática. O objetivo central é fazer uma revisão sistemática do que foi publicado envolvendo WhatsApp e eleições, no período 2010-2019, em quatro bases de dados: Scielo, Google Scholar, Web of Science e Scopus. O estudo nos permite dizer que os casos analisados e a produção sobre o tema encontraram maior adesão em países democratizados no contexto da “terceira onda”. Quanto à contribuição do aplicativo para o fortalecimento da democracia, as opiniões se dividem entre aqueles que apontam para o perigo do uso de fake news e aqueles que observam no aplicativo uma forma de democratizar o acesso à informação.

Plutocratas, personalistas ou inexperientes

“…Na ciência política, revisões sistemáticas têm sido utilizadas para explorar achados com diversas questões de pesquisa: relação entre democracia e crescimento econômico (DOUCOULIAGOS & ULUBAŞOĞLU, 2008), políticas públicas e a ideologia do partido no poder (IMBEAU et al, 2001), financiamento eleitoral e comportamento parlamentar (STRATMANN, 2005), impacto do whatsapp em eleições (SCHAEFER et al, 2019), relação entre diversidade étnica e confiança social (DINESEN et al, 2020), entre outras. Porém, "nem tudo são flores".…”

Mudança ou continuidade na política de combate à pobreza de Cardoso a Lula: uma revisão de escopo

“…Nacionalmente, esse mesmo movimento tem ocorrido com publicações de teses, dissertações e artigos. Por exemplo: quais as evidências relacionadas a políticas de segurança pública na prevenção à violência (Kopittke, 2019); o estado da arte do tema da conservação da biodiversidade (Sandroni & Carneiro, 2016); sobre as melhores iniciativas relacionadas à governança das cidades inteligentes (Perini, 2021); o estado da arte das smart cities nas ciências sociais (Clemente et al, 2021); o que tem funcionado na implementação do programa Equipes Volantes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) (Rosa, 2022); sobre o conceito de institucionalização partidária (Cruz, 2019); o que leva alguns países a eleger mais mulheres que outros (Bittencourt, 2021); sobre os perfis ministeriais em sistemas presidencialistas latinoamericanos (Silva, 2022); sobre como decisões municipais durante calamidades interferem em eleições locais (Perich, 2022); o estado da arte da capacidade institucional (Martins, 2021); usos de modelos de análise de políticas públicas no Brasil (Batista et al, 2021); sobre a relação entre elites políticas e representação (Codato et al, 2021); o impacto do uso do WhatsApp em eleições (Schaefer et al, 2019); sobre como o dinheiro influencia as eleições em municípios brasileiros (Sampaio & Figueiredo Filho, 2019); e a respeito da governança pública marinha (Alves et al, 2022).…”

Nota técnica: Banco de Dados Propaganda eleitoral (HGPE) dos candidatos a deputado federal do Estado do Rio de Janeiro – 1998-2018

“…A redução do tempo do HGPE, a ascensão de novas formas de fazer campanha eleitoral calcadas na internet e mídias sociais (Borba e Dutt-Ross 2022;Schaefer et al 2019), e a vitória de candidatos com baixíssimo tempo de televisão (como Jair Bolsonaro, na eleição presidencial de 2018), levou a um diagnóstico por parte da academia e da imprensa de que o HGPE havia perdido importância. No entanto, dados sobre a eleição de 2018 e o prosseguimento das campanhas eleitorais demonstram o contrário.…”