Recomendações de Design para Interfaces de Jogos Acessíveis para Crianças Disléxicas

Abstract

Este trabalho é uma proposta de recomendações de design de interfaces de jogos educacionais acessíveis às crianças diagnosticadas com dislexia. Para as definições destas recomendações, nos baseamos em estudos de Interação CriançaComputador, elementos de jogos e estudos sobre abordagens pedagógicas com crianças disléxicas. A motivação deste trabalho deve-se ao fato de a dislexia ser um assunto relevante, devendo ser abordado nas mais diversas áreas do conhecimento, uma vez que poucos jogos e aplicações estão disponíveis para estimular o processo de ensino-aprendizagem desse público.

Direcionando Tecnologia para a Dislexia: Um Guia Prático para a Criação de TDICs

“…O trabalho de Batista [Batista et al 2019] discute que ao lidar com a complexidade pedagógica da dislexia, a objetividade linguística torna-se indispensável; textos prolixos dificultam a experiência de aprendizado. Ao contrário, áudios explicativos, uma espécie de bóia salva-vidas para disléxicos, encorajam a aprendizagem, sobretudo se há uma figura narrativa, uma espécie de guia lúdico.…”

Desenvolvimento e Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade do Sonata: um Aplicativo para Auxiliar Crianças com Dislexia Auditiva

“…Adicionalmente, diante da importância dos recursos tecnológicos serem adequados às características e particularidades das pessoas com dislexia, com o objetivo de atender suas necessidades e potencializar os objetivos de uso, recomendações específicas de acessibilidade vêm sendo propostas na literatura. Neste sentido, (i) Batista et al (2019) sugerem recomendações para o design de interface de jogos acessíveis destinados às crianças com dislexia, levando em consideração a Interação Criança-Computador; (ii) Khan et. al (2018) dispõem de recomendações para facilitar a leitura e a interação em smartphones por usuários com dislexia a partir de uma pesquisa sobre adequação de tipos de fontes e cores, de forma a favorecer a percepção dos grafemas; e, (iii) o Cognitive and Learning Disabilities Accessibility Task Force (COGA; https://w3c.github.io/coga/user-research/#abstract) (Seeman & Cooper, 2015) apresenta uma série de recomendações sobre design de interface para o público de aprendizes com déficit cognitivo e de aprendizagem, contemplando a dislexia dentre um conjunto maior de recomendações de acessibilidade.…”

“…A valorização de acertos é desejada no contexto da dislexia para que a criança não se sinta desmotivada. A ocorrência de erros pode ser utilizada como oportunidade para fornecer dicas (Batista et al 2019). O uso de termos em inglês, que não se resume às mensagens de reforço, pode ser um obstáculo adicional aos usuários da aplicação.…”

“…Para as vogais, o jogador deverá indicar qual a vogal que está faltando na palavra apresentada. No que tange às recomendações de interface Batista et al (2019), o aplicativo fornece feedbacks sonoros e valoriza o acerto do jogador, porém prioriza informação textual e não sonora, inadequado para quem está em processo de alfabetização. Vale mencionar que pelo teor das atividades presentes nos módulos exige-se um nível de maturidade maior do aprendiz, sendo mais adequado para uma fase pós-alfabetização.…”

“…A avaliação inicial proposta para o Sonata consistiu na aplicação do método de inspeção heurística contemplando as 10 heurísticas de usabilidade propostas por Nielsen (1994), assim como de um conjunto de 43 recomendações de acessibilidade específicas para dislexia (Batista et al 2019;Khan et. al 2018;Seeman & Cooper, 2015).…”