Reflexões acadêmicas e de mercado para o Marketing na base da pirâmide

Abstract

Processo de avaliação por double blind review _________________________ Resumo O presente ensaio tem como proposta apontar questões referentes ao mercado da base da pirâmide, tanto em uma perspectiva teórica quanto em uma perspectiva de mercado. Primeiramente é apresentado o contexto científico e conjuntural da temática como forma de iniciação das discussões. Devido ao aumento do poder de compra com o acesso a crédito e incremento salarial da população de baixa renda, o consumo deste segmento aumentou, proporcionando também aumento no número de pesquisas acerca do tema. O presente artigo se insere neste movimento de ampliação e aprofundamento científico em relação aos estudos de marketing e comportamento de compra do consumidor da base da pirâmide. Em um segundo momento, são apresentadas maneiras de classificações e segmentações no mercado de baixa renda. O mercado da base da pirâmide tem em comum a renda limitada, mas há inúmeras outras características neste nicho que possibilita diretrizes para segmentação, como estilo de vida, valores compartilhados e preferências de consumo (GUESALADA; MARSHALL, 2008; RANGAN et al. 2011). Em seguida são propostas implicações gerenciais para grandes empresas (PRAHALAD, 2005; SCHADER et al. 2011), empresas varejistas (D'ANDREA et al. 2006 PA-RENTE;BARKI, 2008), e acerca do comportamento do consumidor da base da pirâmide (HAMIL-TON, 2009; AZEVEDO; MARDEGAN JR., 2009). Estas implicações estão sustentadas em uma revisão e análise literal de livros e artigos nacionais e internacionais. Por fim, explora-se um debate da corrente prahaladiana e da corrente anti-prahaladiana encontrada na literatura (WALSH et al. 2005; KARNANI, 2007), que instiga reflexões sobre o mercado da base da pirâmide, a disponibilidade de emprego e a erradicação da pobreza.Palavras Chave: Base da Pirâmide, Baixa Renda, Comportamento do Consumidor, Varejo, Segmentação de Mercado.

Concept of innovation in low-income market

“…Even in an unstable post-crisis world stage, the Brazilian market has maintained high and rising consumption rate among the low-income population (Nogami, Vieira, & Medeiros, 2012). With the stabilization of economic situation after the implementation of the Real Plan, and with more than a decade of income distribution incentives based on government income transfer programs, purchasing products previously inaccessible became part of the shopping planning of Brazilian families with low income.…”

<b>Ciclo de vida de produtos, empreendedorismo, tecnologia e globalização: um olhar através da <i>Caverna</i> de Saramago</b> - doi: 10.4025/actascihumansoc.v35i1.20078

“…Essas pessoas eram consideradas como parte da população excluída, sendo que de tempos em tempos eram expulsas desses locais para que a cidade ou as fábricas pudessem expandir seus braços. Possivelmente, essas pessoas correspondem aos atuais integrantes das classes de menor rendimento econômico, tidos como pobres, ou estão próximos da tênue linha da pobreza ou, ainda, compõem o que no Brasil denominamos de classe E (NOGAMI et al, 2012). Independentemente da classificação, como na obra de Saramago (2001) essas pessoas não têm poder de compra, provavelmente não possuem emprego fixo, têm necessidades básicas não atendidas e lutam pela sobrevivência.…”

Relações entre Consumidores de Baixa Renda, Empresas e Governo: “eles lá e nós aqui”

“…Considerou-se que esse segmento é formado por indivíduos das classes C, D e E, com base na classificação por rendimentos mensais familiares da Fundação Getúlio Vargas (NERI, 2010), a partir dos critérios de renda do IBGE. Embora não exista um consenso sobre quais classes sociais fazem parte do segmento de baixa renda no Brasil (NOGAMI, VIEIRA, MEDEIROS, 2012), diferentes autores (LIMEIRA, 2008;SPERS;NAKANDAKARE, 2013), inclusive Prahalad (2006), apontam que esse seria formado pelas classes C, D e E.…”