As hemofilias são doenças hemorrágicas determinadas pela deficiência de fator VIII (hemofilia A) ou fator IX (hemofilia B) da coagulação. Foi objetivo de esse estudo analisar o impacto da hemofilia nas atividades escolares, laborais e de lazer de pacientes atendidos no Hemocentro Regional de Montes Claros/MG. Trata-se de estudo transversal, descritivo, quanti- qualitativo realizado a partir de entrevista e dados de prontuários. Os dados foram submetidos à análise estatística. Participaram da pesquisa 22/43 indivíduos masculinos, maiores de 18 anos, com hemofilia. A faixa etária variou de 20 a 54 anos. A maioria (10/22) apresenta a forma moderada e 4/22 grave. Um participante apresentava inibidor de alto título. Prevaleceu à escolaridade de segundo grau incompleto (5/22), atividade remunerada (12/22), aposentados (8/22). A renda informada foi de um salário mínimo para 40,9%. A principal intercorrência registrada foram hemartroses (17/22), principalmente de joelhos e cotovelos. No grupo 40,9% realizam atividade física regular e as atividades de lazer mais citadas foram assistir filmes, TV, computador e jogos on line. A maioria se declara solteiro (68,2%) e os que têm filhos correspondem a 36,4%. Discussão: As intercorrências hemorrágicas na hemofilia pioram a qualidade de vida. Nesse estudo, 36,4% participam do programa de profilaxia secundária/ terciária com fator VIII ou IX. O início precoce de profilaxia primária (Ministério da Saúde, 2015) e a adesão dos pacientes, permitem resultados promissores, reduzindo particularmente as artropatias degenerativas, muitas vezes incapacitantes (Bezerra, 2022). Conclui-se que a hemofilia interfere nas atividades escolares, laborais e de lazer, sendo os programas de profilaxia, DDU e acesso a atendimento multiprofissional determinante para a melhor qualidade de vida desses pacientes.