RESUMO: Este texto se tece agenciado ao filme “Itão Kuêgü: as hiper mulheres”. Com e a partir de imagens em movimento, criou-se um percurso que extrapolou a tela, sendo possível analisar pedagogias corporais denvolvidas na produção de cenários educacionais contemporâneos. Ensaiamos uma escrita que compõe imagens obscenas tomadas aqui como hiper mulheres, a desfocar nossos corpos de hipo mulheres: corpos generificados produzidos pelas decentes e boas pedagogias, corpos vestidos e educados por muitos ensinamentos, corpos em conformidade a um ser de determinado gênero. Objetivamos problematizar alguns modos em que aprendizagens de gênero ocorrem incessantemente nos currículos, mostrando-nos como homens e mulheres devem ser e se relacionar consigo e com os outros. Nesse movimento,operamos em favor da obscenidade da educação, no sentido do que é deixado fora de cena nos espaços educacionais, recompondo neles outros corpos em desaprendizagens, corpos hiper. Argumentamos, portanto, que é preciso desconstruir e desaprender os ensinamentos hipo para experimentarmos tantas outras subjetividades hiper mulheres. Currículos poderiam acolher a novidade obscena da vida?