OBJETIVO: Este estudo pretendeu verificar e caracterizar a ocorrência de ceceio, investigando a correlação entre o ceceio e a tonicidade da sílaba com [s] em diferentes contextos silábicos, observar se alguns desses contextos facilitam a produção correta de [s] e devem ser indicados como recurso terapêutico. MÉTODOS: Dos 54 pacientes em tratamento na clínica de Motricidade Oral do Centro Clínico de Fonoaudiologia foram selecionados, por meio da análise de prontuários, 16 pacientes na faixa etária entre 5 e 19 anos, de ambos os sexos e que apresentavam ceceio. Estes foram submetidos a teste de fala constituído da emissão de 79 palavras com [s] nas posições iniciais, finais e dentro da palavra, em sílabas átonas e tônicas seguidas das vogais [a], [e], [e], [i], <img src="/img/revistas/rsbf/v13n1/07simbolo.gif">, [o] e [u], registrado por meio de filmagem e gravação. Para análise estatística dos dados, foi utilizado o Teste Z para comparação de proporções e o software Minitab versão 14.0. RESULTADOS: Doze (75%) sujeitos pesquisados apresentaram ceceio anterior e 4 (25%), ceceio lateral. Não se observou diminuição do ceceio em relação à tonicidade da sílaba ou à co-articulação. Houve diminuição significativa do ceceio nas posições ataque inicial e ataque medial em relação às posições coda medial e final. CONCLUSÃO: A tonicidade silábica e a co-articulação com as diferentes vogais não alteram a incidência do ceceio. As posições iniciais de sílaba, porém, parecem ser facilitadoras da produção de [s] e devem, portanto ser consideradas na escolha do recurso e material a ser utilizado em terapia.