Repercussões do uso abusivo de bebida alcoólica nas relações familiares de trabalhadores da construção civil

Abstract

Objetivo: analisar a repercussão do uso de álcool em famílias de trabalhadores da construção civil usuários de bebida alcoólica. Métodos: estudo qualitativo, com 11 famílias de trabalhadores da construção civil. Realizou-se entrevista semiestruturada, no período de janeiro a junho de 2013, e os depoimentos foram analisados pela técnica da análise temática. Resultados: foram apreendidas duas categorias: Relações familiares e uso abusivo de bebida alcoólica, abrangendo a preocupação recorrente da família com a segurança e a saúde do trabalhador, e a sobrecarga emocional e física dos membros; e O álcool destruindo os laços conjugais e seu reflexo no trabalho, com indicação de conflitos e violência na conjugalidade, e violência intrafamiliar. Conclusão: o uso abusivo do álcool repercutiu negativamente nas famílias e na vida social do trabalhador, destacando-se a falta de atenção e as agressões do trabalhador aos familiares; preocupação; sofrimento da família; e laços conjugais prejudicados. Para a enfermagem, a reflexão sobre os resultados deste estudo poderá amparar o trabalho realizado com as famílias e (re)pensar as atitudes diante das famílias de usuários de bebida alcoólica ao traçar estratégias para o enfrentamento da doença.

Theoretical-methodological rationales in caring for family members of people with alcohol use disorders

“…According to Cordeiro et al, (2021), the family experiences the consequences of abusive or dependent alcohol use by one of its members. Family members often experience insecurity, fear, helplessness, and hopelessness and may show signs and symptoms of anxiety and depression (Takahara et al, 2017;Tucci & Oliveira, 2019). To face the suffering that comes from living with the conflicts resulting from the abusive or dependent use of alcohol by a family member, as well as from the lack of support from the extended family and health system (Carias & Granato, 2020;Teixeira et al, 2015), family members resort to emotional survival strategies.…”