Responsividade do questionário de qualidade de vida CCVUQ-Br em portadores de úlcera venosa crônica

Abstract

Resumo Contexto A responsividade consiste na capacidade de um instrumento em verificar se a pontuação reflete a variabilidade ocorrida na vida do paciente decorrente de uma intervenção. O CCVUQ-Br foi validado na língua portuguesa e necessita ter sua responsividade verificada. Quando finalizado este estudo, o CCVUQ-Br será utilizado como um instrumento capaz de perceber e refletir, na sua pontuação, as mudanças ocorridas na qualidade de vida do portador de úlcera venosa. Objetivos Avaliar a responsividade do CCVUQ-Br. Métodos Estudo de intervenção longitudinal, realizado em centros públicos e privados para pacientes com úlcera venosa. A amostra foi composta por portadores de úlcera venosa crônica submetidos à conduta terapêutica, tendo como variáveis as pontuações do CCVUQ-Br e de seus domínios, da escala visual analógica da dor (EVA dor) e da Escala de Avaliação Global de Mudança, além da classificação CEAP e o tamanho da úlcera. O CCVUQ-Br foi aplicado em 51 indivíduos submetidos a conduta terapêutica, recrutados de forma aleatória. Após 4 semanas, o CCVUQ-Br foi reaplicado. Resultados Houve diminuição das pontuações médias do CCVUQ-Br entre os dois momentos de aplicação, sendo que, no momento basal, a maior média de pontuação foi a do domínio Estado Emocional, com 63,45, diminuindo, após 4 semanas, para 52,00. Ainda apresentou correlações das mudanças com EVA dor e CEAP. Em relação ao tamanho do efeito, pode-se considerar que pontuação total do CCVUQ-Br e tamanho da úlcera apresentaram sensibilidade elevada, enquanto EVA dor e a maioria dos domínios do CCVUQ-Br apresentaram sensibilidade moderada . Conclusões O questionário CCVUQ-Br é sensível na população brasileira, apresentando garantia de resposta à amostra testada.

Qualidade de vida e autoestima de pacientes com úlcera venosa

“…A Tabela 1 mostra a distribuição da média dos escores para cada domínio do SF-36. A maior média e o desvio padrão foi de 57,7 (17,2) para Estado Geral de Saúde, seguido por Vitalidade com média e desvio padrão de 52,9 (13,6) Na caracterização da população, em relação à idade, observou-se média de 68,9 anos, corroborando com estudos que apontam predomínio de pessoas acima de 60 anos com úlcera venosa (18,13) , o que confirma o fato de que com o aumento da expectativa de vida, o predomínio de doenças crônico-degenerativas e suas complicações, são desafios tanto para a sociedade quanto o sistema de saúde (16,8) . estomaterapia Nascimento Filho, H.M.; Blanes, L.; Castro, N.F.G.P.…”

“…O crescimento da expectativa de vida resultou no aumento da ocorrência de doenças crônicas, entre elas, a Ulcera Crônica, que atinge 1% da população adulta. A Ulcera Venosa de membros inferiores representa 70 a 90% dos casos das Úlceras Crônicas e ocorre devido a Insuficiência Venosa Crônica (IVC) e por traumas no terço inferior das pernas, principalmente nas regiões maleolares medial e lateral (1)(2)(3)(4)(5)(6)(7)(8) .…”

“…De acordo com a Scottish Intercollegiate Guidelines Network, as Úlceras Venosas também denominada úlcera de estase ou varicosa, são as lesões mais graves da Síndrome da Insuficiência Venosa Crônica dos membros inferiores. A Úlcera Venosa é um problema de saúde pública por demandar cuidados contínuos, gerar altos custos para os sistemas de saúde e restringir a capacidade funcional do indivíduo interferindo de forma negativa na qualidade de vida dos pacientes (2)(3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11)(12)(13) .…”

“…Estudos científicos retratam a dificuldade de adesão ao tratamento por parte do paciente, falta de adoção de hábitos alimentares saudáveis para o controle do peso, pouca prática de exercício físico e repouso. A baixa adesão devido ao longo tempo de tratamento e constantes trocas de curativo pode implicar na manutenção da lesão e na elevada taxa de recidiva da ferida de 62,2% dos casos (4,7,8,13,15) .…”

“…Além dos sinais e sintomas físicos (dor, prurido, odor desagradável e prejuízo da mobilidade), queixas psicológicas como ansiedade, depressão, perturbação do sono, isolamento social, solidão e perda da independência são relatos comuns de pacientes com UV e pode interferir na Qualidade de Vida (QV). A presença da lesão provoca alteração nas atividades diárias e de trabalho, alterações na autoimagem e na capacidade de desempenhar a atividade laboral, estimulando o isolamento social (1,2,3,4,57,8,9,13,14) .…”