Saber da experiência e narrativas autobiográficas na formação inicial de professores de biologia

Abstract

Resumo: O artigo trata da produção de narrativas na formação de alunos de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade de Brasília, à luz das ideias de Larrosa sobre saber da experiência e tendo, como referencial metodológico de pesquisa, as narrativas autobiográficas. As narrativas estudadas foram produzidas em duas disciplinas, e indicam uma autorreflexão dos licenciandos sobre seu percurso de formação desde estudante de Educação Básica até sua vivência no estágio supervisionado. Os elementos que orientam as reflexões aqui desenvolvidas destacam: o papel da subjetividade na formação do professor; o ato de narrar como facilitador de uma autocompreensão; e o papel das narrativas autobiográficas como metodologia de pesquisa e formação de professores.Palavras-chave: Ensino de Biologia. Narrativas autobiográficas. Formação de professores. Reflexão.Abstract: This paper deals with the production of narratives by students on the biology education teachers' undergraduate program at Universidade de Brasília, in the light of the ideas of Larrosa about the wisdom of experience as well as the methodological and empirical framework of autobiographical narratives. The narratives were produced in two undergraduate courses and show how the students could make a self-reflection about their journey to become a teacher, from their past as students of basic education to their experience in the supervised training courses. The elements that guide the reflections highlight the role of subjectivity in teacher education, the act of narration as a facilitator of self-understanding and the role of autobiographical narratives as a research methodology and as an instrument of teacher training.

O Uso De Elementos Da História E Filosofia Da Ciência (Hfc) Em Aulas De Física Em Uma Disciplina De Estágio Supervisionado: Alguns Resultados De Pesquisa

“…Assim, o círculo exotérico era composto por dez estagiários (Alunos A, B, C, D, E, F, G, H, I e J) que em 2015/2 e 2016/1 passam por um momento ímpar na Licenciatura, pois atuavam como docentesestagiários nas escolas, assumindo uma turma da rede pública de ensino durante a regência. Podemos caracterizar o Estágio como um momento crucial no processo de condução para dentro dos novatos à comunidade acadêmica de professores de Física, conforme alude também a literatura (e.g., Arruda & Baccon, 2007;Gastal & Avanzi, 2015;Guerta & Camargo, 2015;Lima et al, 2015;Lucas Passos & Arruda, 2015;Mendes & Munford, 2005;Ovigli, 2011;Razuck & Rotta, 2014;Zuliani & Hartwing, 2009).…”

“…Não surpreendeu, assim, que ele não tivesse utilizado HFC na preparação e aplicação de suas aulas. Cabe salientar que, assim como apontou o Aluno C, também nós acreditamos que a disciplina de HFE devesse ser pré-requisito ao Estágio, para que o licenciando possa estar melhor preparado ao estágio curricular obrigatório, não só pelo fato de ser a única disciplina a abordar o tema durante toda a graduação, mas por ser o Estágio uma etapa decisiva na formação do futuro professor, em que busca por em prática seus conhecimentos e experiências vivenciadas ao longo de toda a formação, como também apontado na literatura(Camargo & Nardi, 2013;Chapani, 2008;Gastal & Avanzi, 2015;Gehlen et al, 2014;Guerta & Camargo, 2015;Langhi & Nardi, 2011;Mendes & Munford, 2005;Oliveira & Faria, 2011;Razuck & Rotta, 2014;Rosa, Weigert & Souza, 2012).Nessa mesma linha, a partir do cruzamento de dados, em especial nas categorias construídas através da microanálise, percebemos que dentre os cinco alunos (Alunos B, C, E, G e I) que não utilizaram elementos de HFC em suas unidades didáticas, dois (Alunos C e I) não haviam cursado a disciplina de HFE, pelo menos não até o final. O Aluno C não cursará, como já discutido; e o Aluno I abandonará a disciplina no semestre anterior ao do Estágio, contudo o mesmo enfatizou uma contribuição significativa desta quanto aos aspectos epistemológicos da ciência.…”

A formação de professores

“…Schnetzler (2002 p. 16) considera que "constituir-se professor é um processo que ocorre ao longo da vida". Inúmeros têm sido os trabalhos publicados (LEAL, 2003;QUADROS et al, 2005;BAUTISTA, 2016;GASTAL;AVANZI, 2015;OLIVEIRA, 2012;DORNELES;GALIAZZI, 2016;GUEDES, PAULINO, 2016;MARIANI; MONTEIRO, 2016) envolvendo histórias de vida de professores e como elas interferem na prática docente. Nossa experiência em formação inicial e continuada de professores, associada a discussões em congressos e encontros da área de Educação Química, tem mostrado que professores de Química da Educação Básica ainda se utilizam de um modelo de ensino pautado pela transmissão/recepção de informações, sem uma atenção maior em como essas informações são significadas.…”

Investigação das memórias escolares de estudantes universitários

“…Constitui-se como uma forma de eliciar momentos históricos da vida do indivíduo, evidenciando aspectos culturais que permitem interpretar o significado atribuído pelo narrador à experiência, trazendo à tona aspectos identitários e sociais (Freitas & Galvão, 2007). Também tem sido utilizada no campo da educação como um instrumento que possibilita a reflexão do narrador sobre sua experiência escolar, impactando inclusive na formação e na prática docente (Gaspar, Pereira, & Passeggi, 2012;Gastal & Avanzi, 2015;Silva & Maia, 2010).…”