Recebido em 5/3/12; aceito em 6/6/12; publicado na web em 31/8/12 FORMALDEHYDE IN SCHOOLS: A REVIEW. Formaldehyde has been classified as a probable human carcinogen. Indoor air quality measurements carried out worldwide in schools indicate that levels may be of concern. This paper provides an overview of emission sources, properties and methods for quantification of formaldehyde. Quantitative information from studies performed in school environments was compiled and a comprehensive picture of the causal relationships between pollutant exposures and children's health given. Mitigation actions to reduce formaldehyde levels and its adverse impacts in school buildings are recommended.Keywords: indoor air quality; formaldehyde; children´s health.
INTRODUÇÃONão é de hoje que a qualidade do ar vem sendo discutida entre a comunidade científica das mais diversas áreas, levando o tema a ser alvo de investigações, na tentativa de identificar as fontes dos poluentes atmosféricos, compreender a forma como estes reagem após emissão e avaliar o modo como afetam o Homem, os ecossistemas e o clima. Este tema tornou-se ainda mais relevante quando, nas déca-das de 40 e 50 do século XX, se contabilizou nos Estados Unidos e na Europa, respetivamente, um elevado número de óbitos em curto intervalo de tempo em consequência da poluição atmosférica, nos clássicos episódios de Donora, Pensilvânia, e em Londres. Condições meteorológicas desfavoráveis, sobretudo associadas a inversões térmicas, impediram a dispersão dos poluentes, contribuindo para milhares de internações hospitalares e óbitos por problemas respiratórios e cardiovasculares.1 Diante do trágico incidente, os Estados Unidos fixaram padrões de qualidade do ar e criaram, na década de 70, a Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (EPA), cujo objetivo é promover uma variedade de atividades de pesquisa, monitoramento, estabelecimento de normas e promoção de ações para assegurar o controle da qualidade do ar e a proteção ambiental. 2 A criação de agências ambientais e a sucessiva aplicação de nova legislação foram secundadas em vários outros países.As preocupações associadas aos efeitos da qualidade do ar na saúde pública têm geralmente em conta a poluição atmosférica no exterior dos edifícios. O interesse pelo estudo da qualidade do ar interior (QAI) surgiu após o conhecimento de que o desenvolvimento de microrganismos, o uso de produtos de limpeza, a existência de materiais e equipamentos poluentes, a própria ocupação humana e a deficiente ventilação e renovação do ar são alguns dos fatores responsáveis para que tanto o número de poluentes como a sua concentração sejam, em geral, muito mais elevados nos espaços interiores do que no ar exterior.3,4 Este fato adquire extrema importância quando se tem em consideração que nas sociedades modernas as pessoas passam a maior parte do seu tempo no interior de edifícios (80 a 90%), inalando em média 10 m 3 de ar por dia. 5,6 A má qualidade do ar tem sido apontada como a causa de sintomas físicos e queixas, tais como dores de cabeça, ...