Teatro Do Oprimido E Promoção Da Saúde: Tecendo Diálogos

Abstract

Resumo O estudo aqui apresentado buscou discutir as contribuições do teatro do oprimido na promoção da saúde, visando a colaborar para a consolidação desse diálogo de maneira que as repercussões no desenvolvimento das experiências práticas sejam potencializadas. Dentre as duas principais vertentes da promoção da saúde, registra-se a incompatibilidade entre os alicerces éticos, estéticos e políticos que fundamentam o teatro do oprimido e os pressupostos teóricos da corrente behaviorista, uma vez que esse teatro se afasta de qualquer tentativa de domesticação dos corpos e de normatização de comportamentos, hábitos e estilos para que sejam atingidos padrões (classificados por alguns como) saudáveis. Já com relação à perspectiva da nova promoção da saúde, de politização e busca de aproximação entre saberes científicos e técnicos com os saberes populares, observaram-se maiores consonâncias entre ela e o teatro do oprimido, a partir do momento em que ambos logram o fortalecimento de práticas cidadãs questionadoras do status quo e de mudanças sociais em prol de uma transformação libertária e crítica. Palavras-chave teatro do oprimido; empoderamento; promoção da saúde; cidadania; participação popular. AbstractThe aim of this study is to discuss the contributions of the theatre of the oppressed in health promotion and to collaborate with the improvement of the consolidation of this dialogue in practice experiences. Comparing the main perspectives of health promotion, there is a mismatch between the ethical, aesthetic and political foundations of the theatre of the oppressed and the theoretical assumptions of the behaviorist health promotion, because this kind of theatre pulls away from any attempt at domestication of bodies and norms of behavior, habits and lifestyles to reach healthy standards. There are greater consonance between the theatre of the oppressed and the new health promotion, its politicization and its searches to approach scientific and technical knowledge with popular knowledge, since both seek the fortification of humane practice that put in question the status quo and the social change towards a libertarian and critical transformation.

Dificuldades da participação social na Atenção Primária à Saúde: uma revisão sistemática qualitativa

“…Para superar essa situação, destaca-se nos artigos estudados que é imprescindível a formação política dos conselheiros e dos usuários do SUS, para que construam uma consciência crítica e política [36][37][38] . Nessa direção, a perspectiva pedagógica da educação popular em saúde é realçada como maneira de conduzir os processos formativos desses sujeitos acerca do seu papel na sociedade e como podem participar das decisões das políticas e das ações dos serviços de saúde 39,40 .…”

Aprendizado do Exame Psíquico por meio de metodologias lúdicas de ensino: Relato de experiência

“…Por isso, terminando as encenações, os discentes e docentes abriam um momento para que pudessem ter uma roda de conversa com o público, mostrando assim uma aproximação ainda maior com a sociedade, que ultrapassa as salas da universidade, bem como dos consultórios médicos. Em suma, beneficiam-se os alunos e os docentes, por se aprimorarem e construírem mais conhecimentos; e os membros da sociedade em geral, uma vez que não apenas aprendem um assunto novo e se esclarecem, mas também pelo fato da construção de médicos mais humanizados (Paro & Silva, 2018).…”

Práticas teatrais na saúde mental: novas possibilidades de cuidado por meio do Teatro do Oprimido

“…Pensando o campo de saúde brasileiro, Paro e Silva 35 apontam que cada vez mais tem-se espaço para intervenções artísticas com intuito terapêutico, valorizando múltiplos saberes e práticas; destaca-se ainda que o Teatro do Oprimido, em especial, apresenta muitas similaridades com o pensar democrático da nova constituição brasileira de saúde a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).…”

“…Portanto, o TO se constitui enquanto ferramenta capaz de promover debates de questões públicas, incentivar o desenvolvimento da criatividade e a potência da própria sociedade em pensar novas soluções para as problemáticas comunitárias, implicando o próprio povo como agente participativo e capaz de agenciar mudanças nas questões sociais. 35 De acordo com Antonio Altieri, 38 o Teatro do Oprimido se desenvolve a partir do contexto político no qual está inserido, posicionando-se de forma consciente.…”