Teor de fenólicos, flavonoides e atividade antibacteriana em diferentes extratos vegetais e óleo essencial de casca e semente de Campomanesia adamantium

Abstract

A Campomanesia adamantium, ou guavira, é nativa do Cerrado brasileiro e cresce naturalmente em solos pobres e condições adversas. Essa planta apresenta propriedades antimicrobiana, antiinflamatória, antitumoral, antioxidante, entre outras. Dos frutos, a polpa é a parte mais utilizada, restando casca e semente. Esses resíduos contêm compostos bioativos e têm potencial biológico que muitas vezes é subestimado. O estudo investigou os extratos vegetais e o óleo essencial da casca e da semente do fruto da guavira em relação à influência do solvente, composição química, compostos fenólicos, flavonoides e atividade antibacteriana. Utilizou-se seis solventes: água destilada, metanol 50%, etanol 70%, acetona 70%, hexano e acetato de etila e o óleo essencial foi extraído por hidrodestilação (três e cinco horas). O metanol produziu o maior rendimento (49%) para a semente, enquanto o etanol foi mais eficaz (41%) na extração da casca. O tipo de solvente interferiu no perfil cromatográfico e nos outros parâmetros, onde a acetona extraiu mais compostos fenólicos (3197,9 e 2840,3 mg GAE/ 100 g) e flavonoides (203 e 809 mg QUE/ 100 g), em casca e semente respectivamente. Houve ação bactericida pelo extrato hexânico da casca (MIC: 2000 µg/mL) para Staphylococcus aureus e S. pyogenes, e pelo extrato com acetato de etila da semente (MIC: 2000 µg/mL) para S. pyogenes. Óleo essencial da casca apresentou efeito bactericida para Klebsiela sp. (MIC: 450 µg/mL). A pesquisa indica potencial biológico do resíduo desse fruto, que pode ser melhor esclarecido com estudos complementares que investiguem a atividade antibacteriana dos constituintes individuais.