A B S T R A C TFranciscana dolphins were used as source of information on the bioavailability of cadmium in the neritic waters off South Brazilian Coast. Liver samples obtained from 44 individuals incidentally captured off Rio Grande do Sul State were analyzed by electrothermal AAS. Cadmium concentrations, age, total weight and length of the analyzed dolphins varied between 39 and 4144 µg.kg -1 (wet weight), one and five years, 17.5 and 49.2 kg, and between 105.3 and 156.8 cm, respectively. Concerning hepatic cadmium concentrations of franciscanas, there was no significant difference between data raised by the present study and information from literature, regarding Rio de Janeiro State. The low cadmium concentrations observed may be attributed to the fact that loliginid squids constitute the main cephalopod prey for franciscanas. This study corroborates investigations on cadmium levels in Brazilian squids and strengthened the hypothesis that cephalopods of Loliginidae Family do not constitute important vectors of the transfer of cadmium to cetaceans.
R E S U M OFranciscanas foram utilizadas como fonte de informação sobre a biodisponibilidade de cádmio em águas neríticas da Costa Sul do Brasil. Amostras de fígado, obtidas de 44 indivíduos capturados acidentalmente ao largo da costa do Rio Grande do Sul, foram analisadas através de EAA eletrotérmica. Concentrações de cádmio, idade, peso e comprimento totais dos golfinhos analisados variaram entre 39 e 4144 µg.kg -1 (peso úmido), um e cinco anos, 17,5 e 49,2 kg, e entre 105,3 e 156,8 cm, respectivamente. Em relação às concentrações hepáticas de cádmio em franciscanas, não houve diferença significativa entre os dados gerados pelo presente estudo e informação proveniente da literatura, referente ao Estado do Rio de Janeiro. As baixas concentrações de cádmio observadas podem ser atribuídas ao fato de as lulas da Família Loliginidae constituírem a principal presa para franciscanas, dentre os cefalópodes. Este estudo corrobora investigações sobre níveis de cádmio em lulas brasileiras e reforça a hipótese de que cefalópodes loliginídeos não constituem vetores importantes da transferência de cádmio para cetáceos.