Tomografia e angiotomografia computadorizada post mortem (tcpm e atcpm): revisão de literatura

Abstract

A descoberta dos raios-X por Wilhelm Roentgen em 1895 originou o campo da radiologia. O emprego de radiografias para o estudo em cadáveres foi introduzido em 1898 e utilizado durante décadas por patologistas. A virtopsia consiste na utilização de modalidades de imagem, tais como tomografia e angiotomografia computadorizada; ressonância magnética e técnicas minimamente invasivas como método complementar, triagem ou até mesmo substituição de autopsias convencionais. Em Medicina Veterinária, poucos artigos foram publicados a respeito e, portanto, apresenta uma perspectiva de estudos inovadores sobre o tema. Esta revisão de literatura tem por objetivo apresentar o cenário da tomografia e angiotomografia computadorizadas post mortem na Medicina e na Medicina Veterinária, contribuindo para a literatura sobre essa nova modalidade de interação entre o diagnóstico por imagem e a patologia.

Virtopsia como complemento a la necropsia tradicional en medicina forense veterinaria

“…para o estudo cadavérico, possibilitando assim, realizar um mapeamento interno do cadáver (Sampaio et al, 2017). A fotogrametria propicia a documentação externa do corpo por meio de fotografias em diferentes posições, que, ao serem "manipuladas" em programas computacionais, permitem a construção de imagens em três dimensões (3D) do cadáver fotografado (Baroni et al, 2020).…”

“…O exame de tomografia computadorizada (TCPM) consiste em um exame rápido no qual se adquire imagens do cadáver regionalmente ou globalmente (do cadáver inteiro) sem a utilização de contraste (Baroni et al, 2020). Já a angiotomografia computadorizada (ATCPM) utiliza as mesmas técnicas da TCPM; porém, faz uso de contraste iodado, que por sua vez é injetado pelas vias circulatórias, arterial e venosa, geralmente realizado unilateralmente pelos vasos femorais.…”

“…A ressonância magnética post-mortem (RMPM) é o exame de imagem que contém o custo mais elevado, e o protocolo a ser utilizado é específico para uma região do corpo, portando não pode ser feito a RMPM do corpo todo. Sua realização está atrelada a necessidade de averiguação de presença, ou não, de material metálico no corpo previamente (Baroni et al, 2020). Seu uso é importante na avaliação de lesões em tecidos moles, como: hemorragias, hematomas subcutâneos, lesões cerebrais e pulmonares (Pinto et al, 2017).…”

“…E, sendo assim, pode-se considerar o exame necroscópico denominado virtópsia como um procedimento minimamente invasivo, justamente pelo uso destas técnicas de coleta de imagens (Sampaio et al, 2017). Além disso, ao longo das últimas décadas, além da fotogrametria (e a estereofotogrametria), também se acrescentou à virtópsia o procedimento de coleta percutânea de material post-mortem por agulha fina ou fragmento, que auxilia também no diagnóstico da causa morte do paciente de maneira minimamente invasiva (Baroni et al, 2020).…”

“…Ao emprego deste conjunto de métodos de diagnóstico por imagem na Patologia Forense deu-se o nome de virtópsia, um termo advindo do inglês virtopsy (união das palavras inglesas virtual e autopsy), criado e registrado pelo médico patologista forense prof. Richard Dirnhofer, ex-chefe do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Berna na Suíça (Sampaio et al, 2017). Na Medicina Veterinária, a Virtópsia tem sido descrita como um procedimento especialmente importante a ser empregado no auxílio diagnóstico de mortes por causas suspeitas, ou seja, seu uso tem sido relatado como maior abrangência na Medicina Veterinária Forense (Baroni et al, 2020).…”