Trauma e Sinostose Craniana Precoce:

Abstract

Este estudo de caso lida com evidências de trauma e sinostose craniana precoce em um indivíduo arqueológico (FE 87.10/MUSARQ – A 75, Museu de Arqueologia e Ciências Naturais da Universidade Católica de Pernambuco) proveniente do Sítio Arqueológico Furna do Estrago, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. A análise macroscópica resultou na construção do perfil paleobiológico do indivíduo, caracterizando-o como provável feminino com cerca de 16 anos de idade à morte. Foi observada uma lesão óssea contundente (fratura incompleta por compressão) na porção lateral direta do osso frontal e a obliteração completa da sutura coronal entre o parietal direito e o frontal. Foi realizada uma microtomografia computadorizada 3D por transmissão de raios X na zona lesionada. Este exame mostrou uma lesão aguda superficial que atinge apenas a tábua óssea externa do crânio sem fraturas radiantes e sem evidência de rompimento da superfície endocraniana. Apresentamos argumentos para uma provável correlação entre o trauma e a craniossinostose. Lesões similares em indivíduos arqueológicos sugerem o envolvimento de atos de violência.