Uma proposta com multiletramentos no atendimento educacional especializado na alfabetização do aluno autista

Abstract

Este estudo, recorte de uma pesquisa de doutorado, aborda o uso dos multiletramentos na perspectiva de que o saber é observado sob o ponto de vista multimodal: letras, imagens, sons e a sinalização para novas habilidades, demandadas por uma nova organização textual, mais hibrida e interligada. Neste sentido, objetiva-se analisar o processo de aquisição da linguagem escrita de uma criança autista em ambientes tecnológicos, a partir dos multiletramentos, no atendimento educacional especializado. Teoricamente, a discussão apoia-se nos pressupostos interacionistas. A pesquisa de natureza qualitativa, baseada na metodologia de pesquisa-ação e no estudo de caso, desenvolveu-se a partir da sequência didática (quatro módulos), elaborada através da pedagogia dos multiletramentos e aplicada no Atendimento Educacional Especializado de um aluno autista com onze anos, matriculado no 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Olinda (PE). A partir do estudo, verificou-se que a utilização dos multiletramentos contribuiu para o avanço das habilidades da escrita desse aluno, abrindo perspectivas didáticas para o trabalho com crianças autistas. Os dados analisados apontam para a necessidade de a escola incorporar recursos multimodais, que contribuam para a aquisição da linguagem escrita.

Práticas de inclusão de alunos autistas na Educação Infantil: do lúdico ao uso de softwares

“…Neste caso, ao invés de propor a prática de atividades lúdicas para aquisição de mobilidade, tal como proposto no artigo A1, em se tratando da necessidade de aquisição motora para a escrita, sugeriu-se atividades complementares no contraturno com auxílio no Atendimento Educacional Especializado (AEE). Assim sendo, as propostas de produção de textos com autonomia, como estratégia de intervenção, sinalizadas por De Faria (2021), são corroboradas para uma ação efetiva com crianças com TEA em sala de aula.…”

“…Neste ambiente, o professor pode lançar mão do computador em sala de aula, para atrair o educando, com a finalidade da utilização do software como um dispositivo complementar, de forma mais atrativa e divertida. De Faria (2021) acreditam que o uso de diferentes gêneros como reportagem, memes, experimentos, produção de textos com o auxílio do professor do AEE, estimula a produção de texto com autonomia e possibilita trabalhar a dificuldade motora na habilidade da escrita nas crianças com TEA.…”

“…Neste sentido, De Faria (2021) propuseram ao presente estudo o desenvolvimento da produção textual, juntamente com o multiletramento e os pressupostos de Vygotski (1998;. Vygotski (1999) defende três aspectos essenciais para a aquisição da escrita.…”

“…Wolski;Vargas;Lopes (2021) apostam na Educação Física como componente curricular para intervir em dificuldades na percepção dos sentidos e dificuldade de interação social. De Faria (2021) identificam no trabalho realizado no AEE potencialidades de desenvolvimento em estudantes com TEA, que apresentam dificuldade motora na habilidade de escrita. Trabalhando com diferentes gêneros textuais, foi possível o desenvolvimento dos indivíduos na produção de textos com autonomia.…”