INTRODUĂĂOA ideia central deste trabalho Ă© a de que os psicĂłlogos devem prestar maior atenção aos comportamentos humanos em determinados contextos comunitĂĄrios. As condiçÔes nos contextos de vizinhança e outros contextos comunitĂĄrios estĂŁo relacionados com a saĂșde mental e fĂsica, com as oportunidades, os nĂveis de satisfação e com o grau de envolvimento dos residentes. EstĂŁo tambĂ©m relacionados com o sucesso escolar das crianças e o seu desenvolvimento, bem como com problemas de comportamento, por exemplo, o acompanhamento dos adolescentes por parte dos pais. Os contextos funcionam como mediadores de outros processos individuais ou familiares, sugerindo que algumas teorias da psicologia nĂŁo abrangem a diversidade de ambientes em que muitas famĂlias americanas vivem as suas vidas. Por exemplo, a qualidade dos cuidados parentais pode depender do risco existente numa determinada zona residencial. Na realidade, tal como apontamos mais adiante, as consequĂȘncias dos contextos podem ser interpretadas como caracterĂsticas individuais, conduzindo a inferĂȘncias erradas.A tendĂȘncia dos observadores para minimizarem os efeitos imediatos das situaçÔes sociais e sobrevalorizarem as consequĂȘncias das predisposiçÔes individuais tem sido de tal modo recorrente que Ross (1977) a denominou erro fundamental de atribuição. Existe um paralelo entre menor rapidez na identificação do erro que Ă© ignorar os efeitos do contexto, ou quando as caracterĂsticas individuais e situacionais sĂŁo confundidas e a atribuição de todas as diferenças Ă© feita aos indivĂduos. Denominamos esta situação de "tendĂȘncia evidente para realizar atribuiçÔes causais", dos percursos individuais, "partindo das diferenças individuais, como a personalidade, a motivação ou inteligĂȘncia" (Earls & Buka, 2000) como "erro de desvalorização dos contextos". Este erro conduz ao empobrecimento das teorias e significa, ainda que os programas e as polĂticas sociais falhem na identificação desta complexa interligação entre indivĂduos e contextos