Vítimas da violência em Campo Grande: um retrato de seis anos revelado pelos dados oficiais

Abstract

O crescimento da violência no Brasil tem feito um número cada vez mais significativo de vítimas, incluindo as fatais, o que tem preocupado autoridades e profissionais, notadamente os da saúde. A busca de diagnóstico para a questão e de entendimento de seus fatores de risco em grupos específicos tem sido uma constante para pesquisadores em anos recentes. Em Campo Grande, a inexistência de informações com atribuição de significado provocou a realização de uma pesquisa para traçar o desenho da evolução da mortalidade por violência, considerando o período de 2002 a 2005. Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade, a partir da Secretaria de Estado da Saúde de Mato Grosso do Sul, utilizando categorias do CID-10 referentes a agressão, excluindo-se a agressão autodirigida. Os resultados mostraram a magnitude do problema em Campo Grande, visto que afeta todos os grupos etários, com maior impacto na população masculina jovem. A agressão por arma de fogo, por objeto contundente e por objeto cortante e o uso da força corporal destacam-se. Torna-se urgente a identificação dos fatores desencadeantes desse tipo de violência, considerando-se os diferentes grupos, para que se possa agir preventivamente e de forma eficaz.

Perfil de adoecimento de trabalhadores rurais no interior do estado de São Paulo

“…As agressões no ambiente de trabalho compõem o quadro de violência existente no país, cujos efeitos podem ser vistos sob diversas formas, provocando lesões muitas vezes fatais como resultado da violência autoinflingida, interpessoal ou coletiva (16) . Nos canaviais também há riscos de lesões e acidentes nos momentos em que os veículos utilizados na colheita e transporte da cana são reabastecidos e nas ocasiões em que os trabalhadores realizam a manutenção das partes das máquinas que sofrem aquecimento, como os motores de tratores, caminhões, colhedeiras e outras máquinas utilizadas na agricultura (7) .…”

A Versão Da Mídia E Os Anos Potenciais De Vida Perdidos (Apvp) De Mulheres Vítimas De Violência

“…A mortalidade por causas externas, dentro de um contexto mais amplo, são responsáveis por impactos a sociedade, e pela elevação dos números de casos, se faz necessário o conhecimento desse fenômeno em termos epidemiológicos. O principal indicador de violência e a mortalidade por causas externas, por conta disso, é fundamental que se busque indicadores que descrevam sua magnitude e repercussões na sociedade (ANDRADE et al, 2008).…”

“…Andrade et al, (2008), compararam a relação entre os índices de mortalidade no sexo masculino e feminino, sendo constatado que entre os anos de 2000 a 2005 os homens perderam 28.709 Anos Potenciais de Vidas Perdidos (APVP), enquanto as mulheres perderam 2700 Anos Potenciais de Vidas Perdidos (APVP) por 100.000 habitantes em Campo Grande. o sexo e constatou que 40% das vítimas do sexo feminino tinha entre 20 a 29 anos.Observou-se nos resultados que as mulheres mais jovens são as principais vítimas dos homicídios no período estudado.…”

Acidentes e violências na infância e adolescência: fatores de risco e de proteção

“…Apesar desta divisão didática de fatores de risco, muitos autores compreendem a mortalidade por causas externas como um problema de etiologia multifatorial, envolvendo desde o nível individual até o social, apontando algumas características associadas a estas causas, tais como: a idade jovem (14)(15)(46)(47) , o sexo masculino (48)(49)(50) , a etnia negra (26,51) , o baixo nível socioeconômico, de escolaridade e cultural (21,(52)(53) , o nível de urbanização (7) . Desta forma, os óbitos por causas violentas entre a faixa etária mais jovem, de baixas condições socioeconômicas e com níveis de escolaridade baixos, são relatados por muitos autores como uma complexa rede de fatores que envolvem as mortes por causas externas (52,54) .…”