Vivência do acompanhante da parturiente no processo de parto

Abstract

RESUMOObjetivo: descrever a vivência do acompanhante da parturiente no processo de trabalho de parto e parto. Método: estudo qualitativo, descritivo, exploratório, com 21 acompanhantes, com o uso de um questionário semiestruturado. No processamento de análise dos dados, foi utilizado o software Iramuteq. Resultados: emergiram cinco classes: 1. A informação como meio de valorização da participação do acompanhante; 2. A experiência vivenciada pelo acompanhante e a importância do acolhimento como fator de influência; 3. A participação do acompanhante como escolha; 4. O pré-natal como fonte de preparo ao acompanhante; 5. O conhecimento sobre o processo de trabalho de parto e parto e as ações executadas pelo acompanhante. Conclusão: a vivência do acompanhante esteve ligada à sua interação junto à parturiente quando este realizava ações por instinto ou orientação da equipe, o que o fazia com satisfação e orgulho. Demonstrada, também, a influência positiva dessa vivência em sua vida familiar, associada à importância da equipe de saúde em informar, acolher e valorizar essa presença, proporcionando condições favoráveis para tornar o acompanhante também protagonista nesse processo. Descritores: Pré-Natal; Humanização da Assistência; Enfermagem; Parto Normal; Trabalho de Parto.ABSTRACT Objective: to describe the experience of the parturient's companion in the process of labor and delivery. Method: qualitative, descriptive, exploratory study with 21 companions, with the use of a semi-structured questionnaire. In the data analysis processing, Iramuteq software was used. Results: five classes emerged: 1. Information as a means of valuing the participation of the companion; 2. The experience experienced by the companion and the importance of the host as a factor of influence; 3. The participation of the companion as a choice; 4. Prenatal care as a source of preparation for the companion; 5. Knowledge about the process of labor and delivery and the actions performed by the companion. Conclusion: the experience of the companion was related to his interaction with the woman in the parturient when he performed actions by instinct or team orientation, which did with satisfaction and pride. The positive influence of this experience on family life was also demonstrated, associated with the importance of the health team in informing, welcoming and valuing this presence, providing favorable conditions to make the companion also protagonist in this process. Descriptors: Prenatal Care; Humanization of Assistance; Nursing; Natural Childbirth; Labor, Obstetric.RESUMEN Objetivo: describir la vivencia del acompañante de la parturienta en el proceso de trabajo de parto y parto. Método: estudio cualitativo, descriptivo, exploratorio, con 21 acompañantes, con el uso de un cuestionario semiestructurado. En el procesamiento de análisis de los datos, se utilizó el software Iramuteq. Resultados: emergieron cinco clases: 1. La información como medio de valorización de la participación del acompañante; 2. La experiencia vivida por el acompañante y la importancia de la acogida como factor de influencia; 3. La participación del acompañante como opción; 4. El prenatal como fuente de preparación al acompañante.; 5. El conocimiento sobre el proceso de trabajo de parto y parto y las acciones ejecutadas por el acompañante. Conclusión: la vivencia del acompañante estuvo relacionada a su interacción junto a la parturienta, cuando éste realizaba acciones por instinto, u orientación del equipo, lo que hacía con satisfacción y orgullo. También, demostró la influencia positiva de esa vivencia en su vida familiar, y asociada a la importancia del equipo de salud, en informar, acoger y valorar esa presencia, proporcionando condiciones favorables para hacerlo también protagonista en ese proceso. Descriptores: Atención Prenatal; Humanización de la Atención; Enfermería; Parto Normal; Trabajo de Parto.

Significados expressos por acompanhante sobre a sua inclusão no parto e nascimento assistido por enfermeiras obstétricas

“…A relação parturiente-companheiro foi o vínculo mais prevalente na amostra estudada, revelando a mesma tendência de outros estudos. 4,16,20 A escolha do acompanhante pela mulher possui caráter individual, baseada em suas concepções e avaliações culturais, sociais, sentimentos e representações referentes à gestação, à experiência que espera vivenciar; para, assim, identificar o tipo de apoio que deseja e qual pessoa da sua rede social mais se aplica a esse momento. 15 A participação do pai, no momento do parto, alia-se à nova condição de paternidade, marca as transformações de gênero e proporciona importantes reflexões sobre o papel do homem.…”

“…[21][22] Vale ressaltar que a presença masculina no cenário do parto e nascimento tem se tornado crescente: entre as escolhas femininas, motivadas pela busca da segurança, parceria, partilha de responsabilidades; e dentre os homens, pelo desejo de oferecer apoio, proteção, força, confiança e coragem à mulher. 4,16,20,23 processo. 4,24 Essa participação contribui para a formação de vínculo, o fortalecimento dos laços familiares e a concretização da paternidade participante e ativa.…”

“…1 Em outras palavras, a assistência prestada à mulher no parto e nascimento em ambientes hospitalares ocasionou o controle da evolução fisiológica e do comportamento da gestante, afastou a mulher do envolvimento familiar construído em espaços femininos e domiciliares, onde estavam ligadas a fortes vínculos sociais. 4 Nas maternidades, o entendimento de que a mulher não é capaz de suportar as dores do parto e comandar seu próprio corpo para parir, carente de auxílio profissional para vencer as dificuldades impostas por um corpo imperfeito, favoreceu a mudança do papel de protagonista no processo parturitivo para uma postura mais passiva, uma vez que as rotinas hospitalares foram estabelecidas para atender às necessidades e demandas profissionais, desconsiderando as das parturientes. atitudes que objetivam promover um parto e nascimento saudáveis, com garantia de que a equipe de saúde realize procedimentos comprovadamente benéficos para mãe-filho, evitando, dessa forma, intervenções desnecessárias e preservando a privacidade, a autonomia e os direitos das mulheres.…”

“…Nessa perspectiva, uma das recomendações consiste no retorno dos familiares ao cenário do parto e nascimento, especialmente o pai. 1,[3][4] Trata-se da inclusão de uma pessoa de escolha da mulher, alguém de confiança que faça parte da sua rede social, independentemente do grau de parentesco, que lhe possibilite sentir-se amparada emocional e fisicamente, com a finalidade de minimizar medos e inseguranças da parturiente por estar apenas em companhia de profissionais desconhecidos no ambiente hospitalar. 4,6 Essa escolha está assegurada no trabalho de parto, parto e puerpério imediato, conforme a Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005.…”

“…1,[3][4] Trata-se da inclusão de uma pessoa de escolha da mulher, alguém de confiança que faça parte da sua rede social, independentemente do grau de parentesco, que lhe possibilite sentir-se amparada emocional e fisicamente, com a finalidade de minimizar medos e inseguranças da parturiente por estar apenas em companhia de profissionais desconhecidos no ambiente hospitalar. 4,6 Essa escolha está assegurada no trabalho de parto, parto e puerpério imediato, conforme a Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005. 7 O suporte contínuo proporcionado por um membro da família escolhido pela parturiente ameniza sentimentos de solidão e ansiedade, confere segurança e bem-estar, minimiza os níveis de estresse causados pela vulnerabilidade da mulher e por outros fatores como o desconforto durante o trabalho de parto, medo diante do que está por vir, do ambiente não familiar e contato com pessoas desconhecidas.…”