Resumo:Desde 1982, a bacia do rio do Bananal (512 km 2 ), que drena o reverso da escarpa Atlântica da serra do Mar (localmente denominada serra da Bocaina), constituiuse em área-laboratório de pesquisas de campo de natureza hidro-geomorfológica e geoecológica, fornecendo subsídios para a modelagem funcional e histórica da expansão de redes de canais em vales de cabeceiras de drenagem. Ao longo das últimas três décadas foram conduzidas mensurações do crescimento de um caso típico de canal inciso (tipo voçoroca) resultante da erosão por exfi ltração de água subterrânea. Enquanto o canal-tronco permaneceu relativamente estável nesse período, observou-se o crescimento de dois canais-dígitos, um dos quais bifurcou próximo à cabeça do canal-tronco, mostrando aceleração das taxas de recuo com a aproximação do divisor. Este último fato contrariou o esperado na medida em que a literatura apontava que a redução da área de contribuição a montante da cabeça de canal tenderia a desacelerar a atividade erosiva até sua estabilização fi nal. Isto abriu a hipótese de que estaria ocorrendo migração de fl uxo do vale de cabeceira vizinho, o que foi traduzido como "pirataria" de água subterrânea. Neste trabalho buscou-se testar tal possibilidade, visando compreender melhor a relação entre a expansão da rede de canais e o comportamento da rede de fl uxos d'água subterrânea local. Para tanto, utilizou-se a modelagem numérica de fl uxos subterrâneos, arbitrando-se uma profundidade limite da rocha impermeável em 25 m por aproximação aos dados de campo. Alguns cenários foram reproduzidos
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