“…Governante de Matamba, ela foi encarada pelos portugueses como senhora de Angola, quando Nzinga assumiu a liderança do povo Mbundu de Ndongo no século XVII, recebendo o título de Ngola, e resistiu, na própria África, à ocupação colonial (PANTOJA, 2000). Curiosamente, há alguma relação das insígnias reais portadas pelo Ngola -argolas de cobre representando um patrono divino, metal que também lembrava a fundação daquela comunidade por ferreiros -com paramentos usados por mulheres em ritual de calundu afro-brasileiro colonial do início dos setecentos, e posteriores divindades do candomblé-de-angola (SILVEIRA, 2006). A Rainha Nzinga inaugurou inclusive um breve intervalo de linhagem feminina na política, quando foi sucedida por sua irmã Kambu ou Bárbara de Matamba.…”