A Baixada Santista. Suas bases físicas

A investigação geotécnica como subsídio ao estudo da evolução quaternária de planícies costeiras

“…Sob o ponto de vista geológico-geotécnico, os trabalhos iniciais sobre os sedimentos da planície costeira santista remontam à década de 1940, com estudos desenvolvidos pelo IPT para a construção de novas instalações portuárias para a CODESP, construção do trecho da Baixada da Via Anchieta e identificação da ocorrência de argilas distintas durante a construção das fundações de edifícios em Santos e São Vicente (VARGAS, 1999).…”

“…Um importante aspecto geotécnico dos sedimentos costeiros da Baixada Santista refere-se ao adensamento das argilas de SFL (sedimentos fluviolagunares) pela expulsão da água intersticial (MASSAD, 2009), devido às cargas de grandes construções apoiadas nas areias holocênicas depositadas sobre estas argilas, acarretando recalques e desaprumos consideráveis principalmente nos edifícios mais altos (VARGAS, 1999). Para ambos os furos, manteve-se a numeração estabelecida na obra, adotando-se como referência para as sondagens e amostras a cota altimétrica relativa ao nível do mar atual (0 m).…”

“…A RMBS é composta pelos municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, SP-248/055 -Rodovia Cônego Domenico Rangoni e SP-055 -Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, o Sistema Anchieta-Imigrantes totaliza 176,44 km de estradas (ECORODOVIAS INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA S/A, 2018), dos quais, aproximadamente 99 km atravessam a área de planalto e serra e 77 km cortam a planície costeira, exigindo um constante monitoramento geotécnico de túneis, pavimentos e obras de arte instaladas na serra e na planície costeira.Nos terrenos baixos, estabeleceu-se um complexo de canais estuarinos margeados por vegetação pantanosa, enquanto que as porções arenosas mais elevadas estão ocupadas atualmente pela infraestrutura urbana, industrial e portuária da RMBS.Desde a ocupação do litoral do atual Estado de São Paulo pelos "homens dos sambaquis", passando pelos índios e colonização portuguesa, até os dias atuais, a transposição da Serra do Mar a partir do Estuário de Santos em direção ao Planalto Paulista mostrou-se uma tarefa complexa, seja pela dificuldade pretérita em atravessar a serra e a densa Mata Atlântica com o uso de animais e o auxílio dos índios na abertura de trilhas e caminhos (Figura 6), seja pelo ponto de vista geotécnico atual, com a construção e manutenção das modernas instalações rodoviárias e ferroviárias presentes na região.Evidências de povoação do litoral anterior à dos índios estão relacionadas com a descoberta de sambaquis (acumulações de conchas, restos humanos, ossos de peixes de aves), construídos pelos "homens dos sambaquis"(VARGAS, 1999). Até o final do século XV, esta faixa costeira era povoada por índios tupis, com os primeiros colonizadores portugueses instalando-se na região em 1493, provavelmente tripulantes da armada de Francisco de Almeida (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE, 2013).A ocupação definitiva remonta ao início do processo de colonização do território brasileiro, tendo como marco fundamental a Vila de São Vicente, fundada em 1532, a mais antiga urbanização do Brasil, com economia baseada na agricultura e mercantilismo(ZÜNDT, 2006).Logo após a fundação, buscou-se para a vila um ponto mais abrigado para a atracação das caravelas, encontrando-se do outro lado da ilha de São Vicente o estuário santista(ZÜNDT, 2006).…”

“…Até o final do século XV, esta faixa costeira era povoada por índios tupis, com os primeiros colonizadores portugueses instalando-se na região em 1493, provavelmente tripulantes da armada de Francisco de Almeida (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE, 2013).A ocupação definitiva remonta ao início do processo de colonização do território brasileiro, tendo como marco fundamental a Vila de São Vicente, fundada em 1532, a mais antiga urbanização do Brasil, com economia baseada na agricultura e mercantilismo(ZÜNDT, 2006).Logo após a fundação, buscou-se para a vila um ponto mais abrigado para a atracação das caravelas, encontrando-se do outro lado da ilha de São Vicente o estuário santista(ZÜNDT, 2006). Partindo-se de Santos ou São Vicente até o planalto paulista, o percurso era feito primeiramente em canoas até Cubatão, seguindo-se daí em tropas de mulas por trilhas e caminhos abertos pelos índios.Com o desenvolvimento da colônia, foi inaugurada a Calçada do Lorena, provavelmente em 1792(VARGAS, 1999), com cerca de 50 km de extensão e menor declividade em relação aos acessos antigos. Desde então, a construção de vias mais rápidas e suaves até o planalto culminou nas ferrovias e rodovias atuais que cortam a planície costeira e a Serra do Mar(MASSAD, 2009), sem esquecer, entretanto, da importância dos trabalhos de acompanhamento geológico-geotécnico, risco geológico e manutenção de obras de arte, túneis e estabilidade de taludes das construções presentes na Serra do Mar.…”