A vivência de uma intensa mobilidade caracteriza as relações familiares daqueles que vivem actualmente nos assentamentos rurais da Zona da Mata pernambucana. Adoptando uma abrangência temporal que tem em conta a territorialidade das trajetórias laborais e diferentes fases do ciclo de vida destas pessoas, argumento que a possibilidade de vir a ser mãe pode ser prolongada além do período fértil de uma mulher, designadamente, quando recebe em casa crianças que poderão vir a tornar-se seus "filhos de criação". Esta processualidade enquadra-se o debate em torno da filiação, parentalidade e conjugalidade, trazendo um novo entendimento sobre a reprodução intergeracional e as continuidades identitárias que dela decorrem.