CAVALCANTI, M. de G. P.; TOSSATO, P. dos S.; GUIDA, F. J.; DUAIK, M. C. A.; KUROISHI, M. Análise de carcinomas epidermóides por meio de radiografia panorâmica e tomografia computadorizada. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 4, p. 320-326, out./dez. 2001. Este trabalho teve como objetivo correlacionar aspectos radiográficos como, localização e extensão do tumor, infiltração óssea e de tecidos moles e destruição das corticais, obtidos nas radiografias panorâmicas com os encontrados nas tomografias computadorizadas (TCs). Os aspectos radiográficos de 48 pacientes com diagnóstico histopatológico de carcinomas epidermóides, localizados em várias regiões do complexo buco-maxilo-facial, foram analisados por 4 radiologistas. As radiografias panorâmicas e as tomografias computadorizadas foram realizadas nos hospitais e clínicas da Universidade de Iowa (EUA), FUNDECTO -USP e Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (SP, Brasil). Como resultados, obtivemos a grande limitação da radiografia panorâmica em determinar a localização e extensão do tumor, com delimitações bastante imprecisas da lesão. Já as TCs ofereceram resultados mais direcionados como: invasão do tumor em direção a estruturas moles adjacentes, extensão da destruição óssea, bem como a profundidade da lesão, que foram confirmados com os achados cirúrgicos. Concluímos que a tomografia computadorizada demonstrou ser uma técnica bastante sensível na detecção do comprometimento ósseo e do envolvimento de tecidos moles, proporcionando, assim, o auxílio no diagnóstico e no planejamento do tratamento. No entanto, a radiografia panorâmica foi muito pouco sensível e eficaz, por mostrar apenas margens imprecisas e pouco nítidas da lesão, não avaliando o envolvimento de tecidos moles. UNITERMOS: Carcinoma de células escamosas; Radiografia panorâmica; Tomografia computadorizada por raios X.
INTRODUÇÃOCarcinomas epidermóides são os tumores com maior prevalência na cavidade oral, perfazendo 91% de todas as neoplasias malignas encontradas nesta região 17 . A incidência desta neoplasia na mandíbula é de 12% a 56% de acordo com vários estudos 2,3,14,22,25,26,27,26 . Os carcinomas epidermóides são mais freqüentes na mandíbu-la, ocorrendo duas ou três vezes mais do que na maxila 4,11,30 , podendo atingir várias áreas da cavidade bucal, como: glândulas parótidas e submandibulares, língua, assoalho bucal, palato, seios maxilares, orofaringe, região retromolar e processo alveolar.Vários métodos radiográficos são utilizados para determinar a invasão e extensão do carcinoma epidermóide. No estágio inicial da doença, esta pode ser identificada através de um exame rotineiro 20,21 , porém em estágios mais avançados é muito difícil a determinação da lesão em radiografias panorâmicas. O diagnóstico deve ser feito com base em radiografias conjugadas. A tomografia computadorizada (TC) apresenta inúmeros cortes, o que possibilita a interpretação com imagens conjugadas 10,12,13,18,23 .
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Radiologia