O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência e fatores associados à coinfecção Tuberculose-HIV (TB-HIV). Trata-se de um estudo descritivo e transversal realizado em Bragança, Pará, entre 2013 e 2022, que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram analisados 545 casos de TB, com 55 coinfecções TB-HIV identificadas. A análise revelou flutuações anuais significativas na prevalência de coinfecção, com um pico em 2020 (20%) e uma mínima em 2013 (1,82%). Os resultados indicaram que a maioria dos casos ocorreu em homens, predominantemente na faixa etária de 20 a 39 anos, e entre indivíduos de etnia parda. A forma pulmonar da TB foi mais comum, e a maioria era de casos novos. A coinfecção TB-HIV mostrou associações significativas com a faixa etária de 20 a 39 anos, encerramento por abandono, óbito, transferência e falência. Além disso, observou-se uma proporção maior de óbitos e menor de cura entre casos com coinfecção. O estudo enfatiza a necessidade de vigilância contínua e adaptação de políticas de saúde para lidar com a coinfecção TB-HIV. Estratégias específicas são necessárias para abordar populações vulneráveis, melhorando o acesso à testagem e tratamento do HIV, bem como a integração de serviços de saúde. A pesquisa visa contribuir para o planejamento e avaliação das ações em saúde, fortalecendo os sistemas de saúde na redução de iniquidades sociais e auxiliando na meta da OMS de reduzir em 90% os óbitos por TB até 2030.