A redução do espaço nasofaringeano devido à hipertrofia adenoideana leva a adaptações posturais da cabeça, mandíbula, língua e lábios, podendo causar alterações no padrão esquelético facial. Foram coletadas 98 teleradiografias em norma lateral de pré-adolescentes na faixa etá-ria de 7 a 10 anos na Clínica de Ortodontia da F.O. Araraquara, as quais foram selecionadas levando-se em consideração a dimensão da imagem do espaço nasofaringeano (ENF) (correspondente à menor distância do dorso do palato mole à parede faringeana posterior). As radiografias foram divididas em 3 grupos: Grupo I (estreito), ENF entre 1,7 e 5,1mm; Grupo II (médio), ENF entre 5,2 e 7,6mm; Grupo III (amplo), ENF entre 7,7 e 12,9mm. Utilizamos duas medidas angulares e seis medidas lineares para caracterizar a morfologia facial. As médias e o desvio padrão de cada medida efetuada foram obtidas, e por meio de teste de análise de variância (ANOVA), verificou-se diferença não significativa entre os grupos para as variáveis: ANperp, p=0,07; PgNperp, p=0,058, comprimento mandibular, p=0,15, comprimento maxilar, p=0,06, diferença maxilomandibular, p=0,98, eixo facial, p=0,96, altura facial inferior, p=0,84 e significativa na variável plano mandibular (p<0,01). Portanto, a redução do espaço nasofaringeano está associada a alterações no plano mandibular, que apresentou valores maiores com a diminuição do espaço nasofaringeano.
A r t i g o i n é d i t o* Professor Assistente Doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP. ** Aluno do Curso de Pós-Graduação (Mestrado), área de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP. *** Aluna do Curso de Pós-Graduação (Doutorado), área de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP. Professora Adjunta da Disciplina de Ortodontia da UNIP-São José do Rio Preto. **** Professora Assistente Doutora da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP.
IntroduçãoA busca pelos fatores determinantes da morfologia facial tem sido uma preocupação dos pesquisadores e clínicos envolvidos no tratamento de deformidades dentofaciais. As características estruturais morfológicas da maxila e mandíbula, que definem o padrão facial de cada indivíduo, estão sujeitas à influência de fatores ambientais que atuam durante as fases de crescimento craniofacial. Dentre outros, a função respiratória alterada tem sido associada a modificações no crescimento normal das estruturas esqueléticas faciais 10,15,18,20,29 que resultam em alterações significativas da aparência facial do indivíduo na fase adulta.O bloqueio parcial ou total das vias aéreas superiores, tal qual observado na hipertrofia adenoi-